Pesadelo chinês

O Test behind the Great Firewall of China, confirmou mais uma vez que nosso blog ESTÁ BLOQUEADO NA CHINA. A máquina repressiva impede o acesso em Pequim (confira); em Shangai (confira); e agora em Guangzhou (confira). Hong Kong é a exceção (confira). Enquanto Pequim não cobrar medidas coercitivas dos seus correligionários brasileiros ou da Teologia da Libertação, este blog continuará na linha católica anti-comunista, pelo bem do Brasil. MAIS

quarta-feira, 13 de novembro de 2024

Até padre alinhado com Pequim está horrorizado com a perseguição

Funeral de Monseñor Vicente Zhu Weifang, último bispo legítimo de Wenzhou
Funeral de Monsenhor Vicente Zhu Weifang, último bispo legítimo de Wenzhou
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
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sócio do IPCO,
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Na diocese de Wenzhou, o bispo legítimo e por isso “clandestino” Monsenhor Shao está preso. Ele foi levado pela polícia quando ia celebrar a missa em uma igreja.

O mesmo governo instalou um padre filo-comunista “oficial” como chefe da diocese e está reformulando as paróquias segundo quer o Partido Comunista.

Até um padre católico chinês pernibambo que se registrou nos órgãos oficiais escreveu carta aberta aos chefes marxistas do Departamento de Assuntos Religiosos da Província de Zhejiang para protestar contra a situação anormal da diocese, relatou “AsiaNews”.

Trata-se do padre Jin Mengxiu que denunciou a invasão de policiais uniformizados a uma igreja.

Os agentes comunistas executavam a reformulação da paróquia decidida pelo ilegítimo padre Ma Xianshi da Igreja Patriótica, órgão burocrático da ditadura socialista.

A diocese de Wenzhou sofre sem seu bispo canonicamente erigido, Mons. Peter Shao Zumin, de 61 anos, nomeado bispo coadjutor com mandato papal em 2011. Seu antecessor Monsenhor Vincente Zhu WeiFang morreu em setembro de 2016.

Como Mons. Peter Shao não quis se submeter aos órgãos “oficiais” impostos pelo governo de Pequim, ele nunca foi reconhecido pela ditadura que declarou a sé “vaga” e confiou a comunidade católica local ao sacerdote renegado Pe. Ma Xianshi.

Mons. Shao já fora preso outras vezes, especialmente nas solenidades para impedir que os fiéis compareçam aos ritos que ele preside.

Mons. Peter Shao não quis se submeter aos órgãos “oficiais” impostos pelo governo de Pequim
Mons. Peter Shao não quis se submeter ao governo de Pequim
O padre Jin que ficou sem deveres pastorais argumenta que a mudança da geografia das paróquias não pode ser feita por um simples sacerdote.

Ele lembrou que nada parecido aconteceu nas outras dioceses nem mesmo em Xangai cuja sé ficou usurpada por um ‘pelego’ marxista.

A intervenção policial só serve para agitar mais contradições e conflitos diz o padre Jin.

Ele também pergunta ao governo quão credível será o “patriotismo” de um padre que age abandonando as regras da Igreja que o nutriu e apoiou por tanto tempo.

Mas a comunismo não se interessa pelo valor dos traidores enquanto servem a seu sistema de opressão. O dia que não servirem mais lhes dará um horrível fim.



quarta-feira, 30 de outubro de 2024

Exército de censores esconde falência da economia chinesa

Até na China se perguntam se o país beira o colapso
Até na China se perguntam se o país beira o colapso
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
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Um artigo do respeitado economista Zhao Jian foi apagado pelos censores algumas horas após ser publicado.

O conteúdo parecia anódino, mas, para um funcionário do Partido Comunista estava cheio de ideias perigosas.

Zhao comentou que o governo não estimulava a economia em crise e a incerteza “envolve os corações das pessoas”, segundo “O Estado de S.Paulo”.

Um exército de censores da internet expurga rotineiramente as postagens que não afinam com o ditador Xi Jinping e abafa os debates sobre a economia.

Acadêmicos e especialistas são silenciados, dados que deveriam estar disponíveis desaparecem do acesso público, a já limitada liberdade de opinião é ainda mais cerceada e os investidores não sabem o que fazer.

Nesse contexto, a censura do artigo de Zhao provou que ele tinha razão, comentou “The Economist”.

Os dados oficiais na China sempre foram falseados. Economistas há muito reclamam que o Escritório Nacional de Estatística (NBS) usa metodologias enigmáticas.

Os dados mais recentes sobre a balança de capitais da China foram tão contraditórios que o Tesouro dos EUA pediu a Pequim esclarecer os números. E a resposta socialista só confundiu ainda mais as coisas.

Obras paradas sinalizam crise das inchadas construtoras
Obras paradas sinalizam crise das inchadas construtoras
As bolsas de valores da China não publicam mais os vitais dados diários de fluxos de capital, que agora só aparecem trimestralmente.

E ainda assim não batem com a experiência de empresas e investidores locais.

Os números do PIB são risíveis, diz Logan Wright, do Rhodium Group, empresa de consultoria, “pararam de ter qualquer semelhança com a realidade econômica”, disse.

A constante distorção oficial obscurece as notícias que envergonham o governo.

Um professor da Universidade de Pequim apontou que 16 milhões de jovens sem emprego foram suprimidos nas estatísticas de desemprego porque se fossem computados a taxa de subemprego dos jovens superaria o 46%, número intolerável para Xi.

O governo diz que ninguém mais vive na pobreza absoluta na China, mas ninguém ousa dizer o que pensa, e que é bem diverso do dogma oficial.

De 20 a 30 milhões de lares são vítimas da crise imobiliária porque pagaram por apartamentos que nunca foram concluídos, e poucos economistas tem coragem de investigar a sorte desses milhões de enganados.

Jornalistas e comentaristas que abordaram tópicos sensíveis foram presos. Até hoje se oculta o verdadeiro número de mortes por Covid-19 e o exército de repressores maoístas tranca a discussão.

Os especialistas pró-governo mais ardorosos são silenciados se desentoam da instrução oficial.

A mídia só pode difundir o que o ditador quer. Charge do  The New York Times
A mídia só pode difundir o que o ditador quer. Charge do  The New York Times
Hu Xijin, um jornalista nacionalista, elogiou as diretrizes do alto escalão do Partido Comunista, mas suas interpretações irritaram um hierarca e foram excluídas das redes sociais.

Os empresários estrangeiros reclamam que as autoridades socialistas só fornecem dados vagos e estereotipados.

Segundo Huang Yanzhong, da Seton Hall University, dos EUA, o contato com estrangeiros pode representar um risco para a população local.

Os jornalistas estrangeiros que retornaram à China após a pandemia passaram a ser vigiados de perto.

Em Hefei, as grandes empresas foram instruídas a não falar com a imprensa. Alguns diplomatas receberam a mesma instrução.

Empresas como a Wind pararam de fornecer informações aos usuários fora da China e a Qichacha, empresa de inteligência corporativa que publica dados de falências, está inacessível no exterior.

Xangai, o centro financeiro da China, proibiu a transferência para o exterior de qualquer informação sobre preços ou tendências de mercado. Dados oficiais da produção industrial começaram a rarear ou desaparecer, diz Wright.

O acesso às universidades chinesas se tornou mais limitado, e até há universidades fechadas desde o Covid.

Censura espiona todas as comunicações privadas
Censura espiona todas as comunicações privadas
Os estrangeiros precisam de permissão prévia para pisar nesses campi após a pandemia.

Xi impôs que as universidades passassem a fazer referência explícita à sua lealdade ao Partido Comunista, como parte da “educação socialista com características chinesas”.

A ausência de liberdade acadêmica se aproxima à Revolução Cultural, o período de fanatismo maoísta que eliminou os intelectuais, diz Sun Peidong da Universidade Cornell.

Professores talentosos tentam passar suas ideias críticas sob um invólucro politicamente correto, mas só conseguem inserir alguns grãos de areia crítica em longos e vácuos relatórios de gosto oficial. Devem omitir qualquer análise das políticas do governo central.

Outro resultado foi criar um sistema de espionagem dos professores, da mídia e dos think-tanks.

Jornalistas, pesquisadores e economistas devem escrever relatórios de “referência interna”, ou neican em chinês, do gosto do governo.

Acadêmicos e jornalistas vivem uma vida dupla, produzindo por baixo artigos explosivos sobre empresas poluidoras ou autoridades corruptas, e por cima elaboram relatórios para as autoridades socialistas cheios de bobagens bajuladoras.

Sob Xi, os think-tanks independentes fecharam e os submissos se multiplicaram.

Ninguém  pode falar a realidade
Ninguém  pode falar a realidade
“Think-tanks com características chinesas” criados pelo sistema triplicaram em número. Os relatórios “neican” lisonjeiam as autoridades apresentando a realidade com um viés otimista.

Os serviços de segurança comunista executam operações massivas de vigilância, rastreando pessoas, bens e opiniões expressas por cidadãos comuns.

Assim, ninguém fora dos antros de poder entende o que Xi quer e manda fazer.

De modo inevitável, a economia se deteriora, a burocracia é cada vez mais ideológica e comunista e a escassez de informações é asfixiante.

O gigante chinês afunda num abismo de escuridão planejada que conduz às piores catástrofes.

Mas, desta vez poderá arrastar a economia mundial.



quarta-feira, 16 de outubro de 2024

Sacerdote confessor da Fé na China oprimida

O Pe. Huang Guirong aguardou 45 anos para ser ordenado e nunca aceitou chantagens nem acordo com os comunistas
O Pe. Huang Guirong aguardou 45 anos para ser ordenado
e nunca aceitou chantagens nem acordo com os comunistas
Luis Dufaur
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O Pe. Huang Guirong (1933-2024) faleceu no condado de Huaping, Lijiang. Em 1949, os comunistas clausuraram seu seminário, mas sua vocação foi mais forte do que a provação, registra “Infocatólica”.

Em 1955 foi forçado a trabalhar como operário em uma oficina mecânica. e em 1966 passou mais de dez anos na encarcerado pela Revolução Cultural.

Quando foi libertado em 1978, teve que trabalhar de carpinteiro até que o bispo Matteo Chen Muchen o ordenou em 1995, na Catedral de Zhaotong..

O administrador apostólico He Dezong designou-o sacerdote para a vila de Lefeng. Em fevereiro de 2012, o Pe. Huang tornou-se administrador apostólico da diocese.

Organismos burocráticos controlados pelo Partido Comunista Chinês (PCCh) ordenaram um bispo sem o mandato da Santa Sé que ocupou o trono episcopal.

Até que por fim, horror dos horrores, o Papa Francisco fez o acordo provisório entre Roma e Pequim e admitiu como bispo a um colaborador do regime comunista juntamente com outros seis prelados ordenados ilicitamente como ele.

Mas, o antigo administrador apostólico assim posto de lado permaneceu uma figura exemplar para o povo fiel.

“O padre Huang era um sacerdote muito respeitado na Igreja de Yunnan – afirma uma nota biográfica enviada à AsiaNews junto com a notícia de sua morte.

Na sociedade materialista chinesa manter tal estado de pureza e de incontaminação faz de um homem como o Pe Huang um modelo exemplar enviado por Deus para mostrar o caminho aos nossos tempos.



quarta-feira, 2 de outubro de 2024

China bate recordes de intoxicação pelo quarto ano consecutivo

Termoelétricas queimam mais carvão que todas suas equivalentes no resto do mundo
Termoelétricas queimam mais carvão
que todas suas equivalentes no resto do mundo
Luis Dufaur
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As emissões de dióxido de carbono da China (CO2) completaram mais um ano em alta e o país pode ter alcançado seu pico de emissão em 2023, sete anos antes do ano projetado, mostrou relatório do geógrafo finlandês Lauri Myllyvirta de repercussão nacional e internacional, segundo já noticiou a “Folha de S.Paulo”. 

Myllyvirta é fundador do Centro de Investigação em Energia e Ar Limpo de Helsinque e especialista em China do think tank nova-iorquino Asia Policy.

Há quatro anos o ditador Xi Jinping trombeteou na Assembleia Geral da ONU que: “Nosso objetivo é alcançar a neutralidade de carbono antes de 2060”.

Foi mais um gigantesco blefe engolido entusiasticamente pela diplomacia e pela mídia ocidental.

O geógrafo só constatou em 2021 que “Pequim havia atingido o pico em 2012”, pela manutenção das políticas de aumento de usinas de carvão.

“Precisamos deixar de aprovar novas centrais a carvão, deixar de construí-las”, disse ele.

Geógrafo Lauri Myllyvirta a China deve parar de aprovar termoelétricas
Geógrafo Lauri Myllyvirta a China deve parar de aprovar termoelétricas
O ministério chinês para redução de emissões neste ano e no próximo reafirma, contra os fatos, que a China está fazendo tudo para acabar com uma situação que, do ponto de vista ecologista, e simplesmente humanitário, é desastroso.

O sinal dado foi aplaudido até por Myllyvirta como “bastante positivo”, embora a China nunca cumpra suas belas agendas.

Essas são mais concebidas em função da propaganda e da desmoralização das economias ocidentais.

Alguma diminuição da queima de carvão pode ser registrada por caausa da decadência da produção industrial e da menor atividade na construção civil, dos últimos anos.

Mas o geólogo encerra o relatório com “um grande ponto de interrogação”, sobre o que pode acontecer porque há “visões amplamente divergentes” sobre o que a China fará visto seu longo histórico de falsos testemunhos.


quarta-feira, 18 de setembro de 2024

Famílias e crianças punidas pelo comunismo chinês

Família de uigures dissidentes é separada à força
Família de uigures dissidentes é separada à força
Luis Dufaur
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Relatório do grupo de ONGs internacionais Chineses Defensores dos Direitos Humanos (CHRD) denunciou que o governo comunista de Pequim está punindo os filhos dos “defensores dos direitos humanos” num contexto de crescente repressão à sociedade civil, informou “LifeSiteNews”.

O informe faz parte da série de relatórios anuais do CHRD sobre a situação dos defensores dos direitos humanos que protestam contra o Partido Comunista Chinês (PCCh).

O título do trabalho é: “Se eu desobedecer, minha família sofrerá”. Ele descreve a perseguição das autoridades chinesas aos defensores dos direitos básicos e seus familiares qualificados de “atos de punição coletiva”.

O relatório se concentra nos fatos de 2023, mas afirma que “as autoridades chinesas têm usado essas táticas durante décadas, infligindo danos tremendos com impunidade”.

E quando os prejudicados recorrem à Justiça na procura de alguma reparação, “muitas vezes desencadeiam mais assédio policial, brutalidade e processos legais infundados”, prossegue o atroz relato.

Esse se baseia nos testemunhos de pessoas afetadas pela punição coletiva do governo chinês em 2023, removendo os detalhes que possam identificá-los para proteger os informantes de represálias oficiais.

O capítulo 1 detalha os métodos utilizados pelos agentes comunistas contra os filhos de dissidentes. Entre eles, menciona, abusos, processos penais, incomunicação dos parentes presos, obstrução dos contatos com estrangeiros e separação familiar forçada incluindo proibição de saída do país.

As punições são coletivas contra as famílias dos dissidentes. Mas aplica outros métodos não menos dolorosos para silenciá-los.

Entre eles toda uma gama de outras ferramentas “como censura, detenção arbitrária, desaparecimentos forçados, tortura e maus-tratos, violência sexual e assédio das mulheres visando silenciar, intimidar e punir os defensores dos direitos humanos”.

Uma testemunha acrescenta que esses métodos comunistas são aplicados como “uma política informal ou oculta”.

Por exemplo, os filhos pequenos da ativista He Fangmei foram internados no Hospital Psiquiátrico Henan Xinxiang Gongji, após ela e o marido terem sido detidos pelos agentes da repressão em 2020.

Ela deu à luz uma menina em fevereiro de 2021, que lhe foi arrancada à força logo após nascida e “deixada no hospital psiquiátrico com os outros filhos”, narra o relatório, “sem o consentimento dos pais ou de qualquer parente próximo”.

As outras duas filhas de He permaneceram internadas no hospital psiquiátrico “apesar dos apelos dos familiares para que fossem liberadas”.

O hospital psiquiátrico até recusou o pedido da irmã de He para visitar as crianças, citando ordens do governo chinês.

No momento em que foi escrito o relatório as crianças estavam “desaparecidas”.

Num outro caso, familiares do advogado de direitos humanos Wang Quanzhang sofreram grande “assédio e intimidação” durante a detenção de Wang e mesmo após a sua libertação.

O governo chegou ao ponto de negar ao filho de Wang a educação, como corroboram os relatórios da ONG “Rede de Defesa dos Direitos”.

Wang finalmente fez um vídeo no YouTube detalhando sua situação: “(desde 2015). Vinte e quatro horas por dia, um grande número de pessoas desconhecidas cerca-nos, seguem-nos, tiram-nos fotografias, perturbam-nos e intrometem-se na nossa vida quotidiana.

“Minha família foi despejada à força muitas vezes. Nossa água, eletricidade e gás foram cortados.

“Quando encontrámos uma escola para o meu filho, rapidamente essa foi visitada pela polícia, que interrogou os professores e os assediou. Depois de apenas um dia, fomos informados de que meu filho não poderia mais frequentar aquela escola. Meu filho apresenta sintomas de trauma psicológico desde então”.
As famílias dos dissidentes são usadas como vítimas para a intimidação
As famílias dos dissidentes são usadas como vítimas para a intimidação
O relatório do CHRD cita ainda Li Wenzu, esposa de Wang, sobre os efeitos da perseguição sobre o seu filho, cujo nome é Quanquan:

“Uma noite, fomos acordados por chutes violentos na porta da casa de um amigo que nos acolheu. Quanquan estava tão assustado que me segurou com força, seu corpo tremendo incontrolavelmente, soluçando... A polícia entrou correndo, exigiu revistar o local, dizendo que procurava 'usuários de drogas'.

“Quando finalmente encontramos outra moradia alugada, a polícia a invadiu depois da meia-noite, gritando que a criança devia se levantar e todos deveriam ir embora, enquanto eles quebravam coisas, ameaçando nos bater se nos recusássemos a sair.

“Na manhã seguinte, Quanquan ainda estava em estado de choque, com sangramento nasal, febre alta e praticamente em estado de colapso. Desde então, ele sofre uma forte dor de cabeça, que às vezes o impede de ler, e o obriga a ficar na cama. Provavelmente é devido ao tremendo estresse.”


Os dissidentes que tentam fugir para o estrangeiro tiveram de enfrentar proibições de saída, tendência em aumento à medida que o ditador Xi Jinping aperta as suas rédeas no poder.

Wang Qiaoling, advogada e defensora dos direitos humanos, detalhou como o seu filho Zeyuan não pôde deixar a China para continuar os seus estudos devido às proibições impostas à sua família pelas autoridades socialistas:

Durante anos, o governo comunista chinês foi criticado em nível nacional e internacional por violar os direitos humanos, particularmente nas regiões de Xinjiang e Tibete, bem como em Hong Kong nos últimos tempos.

Pequim rejeita obstinadamente as denúncias das violações dos direitos cidadãos que pratica, aduzindo uma campanha internacional de difamação para obstruir o desenvolvimento da China.

Os falsos alegados produzidos pelos ditadores marxistas não são geralmente acreditados, excetuados por uma cúmplice articulação de bilionários, ideólogos e jornalistas simpatizantes do maoismo e, infelizmente, pela diplomacia vaticana do período pós-conciliar.


quarta-feira, 21 de agosto de 2024

China envenena o planeta com anuência de ecologistas ocidentais

Na China, a água para beber é tão perigosa quanto o ar para respirar, segundo 'The Guardian'
Na China, a água para beber é tão perigosa quanto o ar para respirar, segundo 'The Guardian'
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
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No mundo ainda livre, governos e ativistas ambientalistas se empenham em pôr freios à produção, a China Vermelha continua alegre e impune pela deblaterada rodovia das emissões danosas ao planeta.

O “Wall Street Journal” demonstrou como a China prossegue violando as diretrizes ecológicas que a ONU, a União Europeia, entre outros, exigem de outros países a custo de serem parados. Apud “Why Does Red China Always Have a Green Light at Environmental Stop Lights?”

O ditador chinês Xi Jinping, promete ao mundo um futuro verde, mas nunca cumpre e é sempre aplaudido como campeão da luta contra o “aquecimento global” porque conta com múltiplas e altas cumplicidades nos países ocidentais. 

 
A lista de violações chinesas dos mitos ambientalistas erigidos em dogma não é sequer mencionada pela rígida eco-polícia cujas delegacias ou tribunais punitivos que emitem condenações pela grande mídia, ONGs e organismos internacionais.

Em 2017, cerca de 1,24 milhões de chineses morreram devido à poluição atmosférica com protestos mínimos do movimento ecológico.

A China liberta hoje 50% mais emissões de CO2 do que a Europa, os EUA e o Japão juntos, fato que deveria levantar uma onda de indignados protestos. Mas até Greta Thunberg dá de ombros.

Outro desastre ecológico só tolerado ao regime comunista de Pequim é a destruição dos cursos de água.

Procurando a hegemonia industrial planetária, a China construiu reservatórios e desviou rios com incalculáveis danos aos recursos hídricos prejudicando até outros países asiáticos.

Um dos desastrosos resultados é que a grande parte da água da China, aliás famosa por seus enormes rios, não é potável e não pode ser utilizada para a agricultura.

Na época das grandes chuvas, numerosas cidades são alagadas de modo destrutivos.

Entre outros “crimes ecológicos” a marinha de guerra chinesa destrói delicados ecossistemas de recifes de coral.

No Mar do Sul da China, a armada comunista construiu instalações militares e pistas no topo de 90 milhas quadradas de recifes de coral. E os poucos protestos nem chegaram aos arautos ocidentais do planeta.

Tal impunidade aos imensos “crimes ecológicos” vai além de qualquer raciocínio: é de natureza radicalmente ideológica.

Após a queda da Cortina de Ferro, muitos militantes esquerdistas trocaram o velho vermelho marxista pelo novo verde ecologista.

A velha dialética da luta de classes se travestiu em ecologia, a política de identidade e o ativismo LGBTQetc. Os objetivos são os mesmos: o Ocidente deve ser destruído e uma nova desordem ecológica mundial deve ser instalada.

Poluição do ar mata quatro mil pessoas por dia segundo 'The Indpendent'
Poluição do ar mata quatro mil pessoas por dia segundo 'The Independent'
A falecida Natalie Grant Wraga, especialista na desinformação soviética alertou ao Departamento de Estado dos EUA sobre o engano soviético:

“A proteção do ambiente tornou-se a principal ferramenta de ataque contra o Ocidente, ela é usada como pretexto para minar a base industrial das nações desenvolvidas, para introduzir mal-estar, reduzir o padrão de vida e implantar valores comunistas”. Cfr. “Chapter Sixteen, Part I: The Communism Behind Environmentalism” .

O eco-movimento tolera os eco-desastres chineses porque partilha os mesmos objetivos filosóficos e sociais, que visam destruir os últimos restos da Cristandade, dissolvendo-os numa sociedade nivelada sem mercados livres, restrições, família, religião e moral tradicional.

Neste movimento revolucionário mundial para implantar uma sociedade utópica, só compreensível à luz da Revolução gnóstica e igualitária denunciada pelo Prof. Plinio Correa de Oliveira, a esquerda procura a destruição do Ocidente e das suas estruturas socioeconômicas.

Uma preocupação genuína com o planeta deveria incluir a condenação das desastrosas políticas ecológicas da China.

Mas, onde estão esses ambientalistas, ou ecologistas, que dizem estar sinceramente preocupados com o planeta?



quarta-feira, 17 de julho de 2024

Páginas heroicas escritas com sangue de cristãos

Catedral de Baoding, diocese onde se desenvolve muito a resistência católica
Catedral de Baoding, diocese onde se desenvolve muito a resistência católica
Luis Dufaur
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Na diocese de Baoding continua a repressão aos objetores de consciência católicos. Aqueles que veem uma traição no acordo Vaticano-China e não se juntam à Igreja Católica Patriótica estão sendo “desaparecidos”, escreveu “Bitter Winter” com dados chegados do coração da perseguição.

Após o acordo Vaticano-China de 2018, a Santa Sé encorajou os católicos a aderirem à excomungada Igreja Católica Patriótica, controlada pelo governo.

Porém, a diplomacia vaticana teve que admitir que aqueles que se recusam a fazê-lo por razões de consciência, embora não sejam encorajados nem aprovados pelo Vaticano, não são excomungados, continuam a fazer parte da Igreja Católica e devem ser tratados com “respeito”.

O Partido Comunista Chinês (PCCh) expressa o seu “respeito” aos objetores de consciência católicos prendendo-os brutalmente.

A diocese de Baoding, cidade na província de Hebei, a 150 quilômetros de Pequim, é um centro de objeção de consciência católica.

A atitude do bispo Francisco An Shuxin, que se juntou à Associação Patriótica, foi condenada pelos objetores de consciência. Em represália, as igrejas e seminários clandestinos fiéis a Roma foram invadidos em 2020.

Mons. Peter Joseph Fan Xueyan, bispo mártir de Baoding
Mons. Peter Joseph Fan Xueyan, bispo mártir de Baoding
O fiel bispo legítimo de Baoding Mons. Peter Joseph Fan Xueyan (1907-1992), “desapareceu” em 1990.

Seu corpo com claros sinais de tortura foi deixado à porta da casa de familiares em 1992 em um saco plástico.

Sua memória é venerada como a de um mártir modelar pelos objetores de consciência.

Dois líderes da resistência católica em Baoding, o Pe. Chi Huitian e o Prof. Chen Hekun, “desapareceram” em abril [2024], enquanto outros objetores de consciência católicos foram presos e submetidos a forte doutrinação na prisão.

Apesar da severa perseguição, o movimento de resistência católica continua a prosperar.

Não se trata de apenas de velhos incapazes de compreender os novos tempos.

A objeção de consciência é muito popular entre os jovens católicos.


quarta-feira, 10 de julho de 2024

Carros elétricos chineses entopem portos

Carros elétricos chineses empilhados em portos europeus
Carros elétricos chineses empilhados em portos europeus
Luis Dufaur
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A China montou numa megaestrutura produtora de carros híbridos e elétricos imaginando dominar o mercado mundial de carros, explicou “La Nación”.

Os capitais do regime maoista financiaram marcas novas como a BYD, que surgiram do nada para se posicionar por cima das maiores montadoras ocidentais de carros elétricos e dominar o setor a nível mundial.

A China chegou a construir pelo menos oito megacargueiros capazes de distribuir no Ocidente a fabulosa produção dos novos carros.

Em outros rubros o regime de Pequim já vinha dando poderosos sinais dessa vontade hegemônica com ambiciosos planos de expansão mundial, incluindo Europa e América Latina.

A capacidade das montadoras chinesas tocada a ritmo de produção militar, entretanto, atingiu logo o desequilíbrio e superou a procura por esses carros. Simultaneamente, os consumidores do velho continente e da América do Norte vinham se afastando dos carros elétricos por problemas novos ligados a essa tecnologia.

O resultado é que veículos de diversas marcas chinesas, bem melhores que os miseráveis primeiros modelos, se acumulam nos portos europeus e entopem as atividades.

O “Financial Times” exemplificou com a situação no porto de Antuérpia-Brugge, Bélgica, e o de Bremen, na Alemanha, principais terminais onde chegam os rodados chineses para serem distribuídos na União Europeia (UE).

Catástrofe dos carros elétricos chineses estocados nos portos europeus. Mais de100.000 em Bruges
Catástrofe dos carros elétricos chineses estocados nos portos europeus.
Mais de100.000 em Bruges
A própria UE estava pavimentando o mercado para a entrada chinesa obrigando as montadoras europeias a cessarem a produção de carros com motores a explosão em prazos ultra-apertados.

A UE errou em todos os sentidos e hoje se discute a subsistência futura dessa União. No que se refere aos carros elétricos chineses, eles saturam há meses a capacidade de armazenamento dos portos que os recebem.

Por falta de escoamento no mercado, muitos deles ficam estacionados por períodos prolongados, que podem levar até 18 meses até serem vendidos ao usuário final, conforme informa o setor de logística automotiva à mídia internacional.

Segundo as mesmas fontes diversas montadoras chinesas do novo estilo alugaram grandes áreas em zonas próximas dos portos para armazenarem veículos sem clientes.

“Os fabricantes chineses de automóveis elétricos estão cada vez mais a utilizar os portos como estacionamento ou armazéns”, se queixou um porta-voz de uma empresa de logística ao “Financial Times”.

E um executivo do porto de Antuérpia explicou que “em vez de exibi-los nas concessionárias, eles os vendem com retirada direta no terminal portuário”. Mau sinal.

Porto de Bruges inundado por carros chineses sem saída
Porto de Bruges inundado por carros chineses sem saída
À queda de interesse pelos carros elétricos na Europa soma-se o fato de que em 2024, alguns países da UE retiraram os subsídios financeiros para sua compra.

O financiamento governamental tem sido decisivo para a expansão das “energias alternativas” e suas aplicações, sendo aproveitado pelos consumidores enquanto existe. Mas cessando a distorção do mercado assim induzida, as promessas futuristas ambientalistas esmorecem ante a realidade.

A Alemanha, pioneira neste tipo de benefícios e de sua retirada, é um exemplo paradigmático: só em março 2024 a venda dos carros elétricos teve uma queda de 29%.

O baixo consumo abalou as ofensivas hegemônicas da China, embora ofereça preços comparativamente muito baixos.

Em 2022, as exportações chinesas de carros elétricos para a Europa aumentaram 58%, notadamente das marcas Great Wall, Chery, SAIC e BYD. Mas agora a tendência se inverteu acentuadamente.

Acresce que as marcas chinesas são cada vez mais vistas como predadoras incomparáveis que não compensam as exageradas facilidades nas tarifas europeias de importação que se aproximariam a um fim.

Na terminal do porto de Zeebrugge na Bélgica, os carros elétrricos chineses ficam em até 18 meses aguardando comprador
Na terminal do porto de Zeebrugge na Bélgica,
os carros elétricos chineses ficam até 18 meses aguardando comprador
“Os portos estão saturados há muito tempo”, disse Wolfgang Goebel, presidente da Associação Europeia de Logística de Veículos Acabados. “Temos um mercado fraco, o que provoca poucas vendas”.

As utopias ambientalistas não convenceram aos homens e só seriam implantáveis com uma introdução acelerada por governos que atropelam os desejos profundos de seus governados.

As diversas tecnologias “alternativas” estão irritando aos cidadãos não convencidos pela propaganda de quiméricas catástrofes espalhadas pela imprensa.


quarta-feira, 3 de julho de 2024

Conúbio do Vaticano com os perseguidores de Pequim

A perseguição religiosa ficou muito acentuada a partir fo acordo do comunismo com o Vaticano
A perseguição religiosa ficou muito acentuada
a partir do acordo do comunismo com o Vaticano
Luis Dufaur
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Apesar do contínuo encarceramento de bispos e padres católicos, o Vaticano continua permitindo que os ditadores comunistas designem como bispos das dioceses católicas a candidatos favoráveis à doutrinação comunista e ao controle governamental dos fiéis, escreveu LifeSiteNews.

O PCCh também está aumentando o assédio à Igreja Católica em Hong Kong. Na cidade outrora livre aprovou uma lei de segurança cujo Artigo 23 exige que os padres violem o secreto de Confissão se ouvirem o que as autoridades consideram um “crime de traição”.

No retorno de uma viagem apostólica à Mongólia, em setembro 2023, o Papa Francisco I dirigiu palavras de elogio à República Popular da China, que teria sido o verdadeiro objetivo da visita papal a Ulaanbator, considerada uma etapa de aproximação com Pequim.

Falando sobre a relação do Vaticano com a China comunista, o Papa Francisco a descreveu como “muito respeitosa”, apesar das autoridades em Pequim proibirem os católicos chineses de viajar para a vizinha Mongólia para verem o Papa.

“Pessoalmente, tenho uma grande admiração pelo povo chinês, eles são muito abertos, por assim dizer... Para a nomeação dos bispos existe uma comissão que trabalha há algum tempo com o governo chinês e o Vaticano: é um diálogo.

“E há também alguns padres católicos ou intelectuais católicos que são convidados a lecionar em universidades chinesas”, disse Francisco I.

Bispos que aderiram ao comunismo não são do Demônio diz o Partido do Diabo, ou comunista.
Bispos que aderiram ao comunismo não são do Demônio diz o Partido do Diabo, ou comunista.
O pontífice auspiciou ainda “que « os cidadãos chineses não pensem que a Igreja não aceita a sua cultura e valores, e que a Igreja depende de outra potência estrangeira”.

Numa outra conferência de imprensa aérea, regressando de Budapeste, o pontífice abandonou de fato o cardeal Zen, antigo arcebispo de Hong Kong que passou a vida a resistir as perseguições da China comunista,

O cardeal Zen encarna se destaca por defender os católicos chineses “clandestinos” que desde o acordo sino-vaticano têm o medo terrível de terem sido abandonados pelo Vaticano.

O Cdal. Zen está a ser julgado na Hong Kong controlada desde Pequim: a inércia do Vaticano levou até o Parlamento Europeu (!) a pedir à Santa Sé que fizesse alguma coisa pelo príncipe da Igreja chinês.

O acordo sino-vaticano, é tido como uma traição indescritível aos católicos chineses e à sua atual história de martírios.

O tratado é violado repetidamente por Pequim, que nomeou e transferiu bispos sem o consentimento de Roma. O Vaticano submeteu-se à vontade do Dragão.

Os sinais de enfeudamento da hierarquia católica ao poder marxista são visíveis há tempo e adotam formas cada vez mais revoltantes à moral e ao direito.

Um artigo em inglês no portal da Internet da Santa Sé qualificou de suposições os atos persecutórios do comunismo aos fiéis católicos da China.

Bispos que aderiram aos comunistas veneram imagem do Pe. Mateo Ricci, precursor da 'sinização' do catolicismo hoje
Bispos que aderiram aos comunistas veneram imagem do Pe. Mateo Ricci,
precursor da 'sinização' do catolicismo hoje
A China hackeou os dados de um aplicativo de namoro homossexual, e disse encontrar imensas quantidades de homens consagrados.

Durante muito tempo o encarregado do acordo com Pequim foi o ex-cardeal Theodore McCarrick, envolvido em escândalos de pedofilia. Quando ia à China para tramar o acordo ele dormia num seminário da Igreja Patriótica Chinesa...

Os ‘desaparecidos’ continuam, as denúncias são falsificadas abertamente por denunciantes pagos, se tenta a lavagem cerebral de muitos padres, freiras são perseguidas e as demolições de igrejas e institutos religiosos continuam implacavelmente.

Porém o Vaticano convida prelados patrióticos para o Sínodo, e Pequim agradece “sagrando” bispos sem a anuência de Roma – enquanto os padres fiéis são torturados pelo governo socialista.

Já correm rios de sangue de mártires do comunismo que a atual diplomacia vaticana não reconhece como “sementes de cristãos”. Desconhecimento tolo, aliás, que prepara a futura conversão do país-continente chinês.


quarta-feira, 26 de junho de 2024

Demolição forçada de igrejas

Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







O relatório da ChinaAid 2024 inclui a devastadora demolição forçada de igrejas levada a cabo pelas autoridades, enquanto os cristãos locais observavam horrorizados.

O relatório registra que “na noite de 11 de janeiro, sem aviso prévio, o governo do condado de Ruian, cidade de Wenzhou, província de Zhejiang, enviou grande número de policiais de choque para demolir a igreja de Nangang na rua Feiyun-

O pretexto foi construir edifícios comerciais no local. A igreja cobria uma área de 8 acres e valia dezenas de milhões de RMB”, moeda oficial chinesa.

Na Internet circularam dois vídeos da demolição forçada. Num deles dezenas de policiais pesadamente armados, com capacetes, máscaras, uniformes e capas de chuva, praticaram violências contra os cristãos que tentavam defender a igreja.

“Outro vídeo mostrava policiais cercando os cristãos que vieram impedir a demolição da igreja”.

“Grandes gruas trabalharam durante horas atravessando a noite. A igreja foi derrubada e as paredes e janelas foram rachadas. Havia tijolos e telhas amassados.

“A grande e bela igreja foi reduzida a escombros. Sua cruz caiu no chão com a igreja e ficou submersa numa nuvem de cinzas”.

Igrejas e conventos, incluindo uma abadia histórica e centenária anexa à Catedral do Imaculado Coração de Maria, foram arrasadas em outras províncias e os planos são de continuar com a demolição de igrejas no futuro.

A ChinaAid 2024 escreveu: “as autoridades de Wenzhou, na província de Zhejiang, pretendem retomar a demolição das cruzes das igrejas. No final de julho, a igreja de Dongqiao, no distrito de Baixiang, foi avisada de que as autoridades removeriam a cruz da igreja no dia 3 de agosto”.

No dia 22 de fevereiro, a polícia de Datong, província de Shanxi, demoliu residências em torno da histórica Catedral católica do Imaculado Coração de Maria, usada por padres e freiras da diocese local. A histórica catedral e abadia têm uma história de 100 anos com todas as licenças exigidas.

As autoridades socialistas procuraram também eliminar todos os vestígios dos feriados cristãos, proibindo até mesmo o menor sinal de celebrações do Natal em dezembro.

Na cidade de Baoding, a polícia impediu a frequentação dos serviços religiosos na noite de Natal.

ChinaAid 2024 acrescenta: “em 24 de dezembro (2023), a polícia tomou medidas especiais e os veículos não foram autorizados a circular pelas estradas que conduzem às igrejas.

“Os transportes públicos que passavam pela área tiveram que seguir rotas alternativas. Todas as lojas ao redor das igrejas foram obrigadas a fechar e as atividades comerciais ficaram proibidas”.

“Policiais em grande número foram mobilizados em redor das igrejas, com viaturas estacionadas perto das igrejas.

“Os policiais usavam equipamento de choque e alguns se instalaram dentro das igrejas. Numa atmosfera carregada de tensão e mal-estar a polícia impediu que pais com filhos entrassem nas igrejas”.


quarta-feira, 19 de junho de 2024

Perseguição comunista: padecimentos dos padres fiéis

Velório do Cardeal Joseph Fan Zhong-Liang, arcebispo de Shangai. Sofreu décadas em campos de concentração e prisões
Velório do Cardeal Joseph Fan Zhong-Liang, arcebispo de Shangai.
Sofreu décadas em campos de concentração e prisões.
Exemplos como os dele, inspiram a resistência católica.
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Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs






Em abril de 2023, a polícia prendeu o Pe. Xie Tianming, católico clandestino da diocese de Baoding, província de Hebei. Ele foi torturado e ainda está detido pelas autoridades por se recusar a aderir à igreja oficial estatal.

A ChinaAid escreveu que por volta das 18 horas do dia 10 de abril, o Pe. Xie Tianming, sacerdote católico clandestino da diocese de Baoding, na província de Hebei, “desapareceu”.

Descobriu-se que ele estava fora aprisionado num local secreto para receber “reeducação” política e “lavagem cerebral”.

Ele poderia enfrentar uma longa pena de prisão até “provar” que mudou de mentalidade. Devido ao bloqueio contínuo de informações por parte do governo chinês, há muito pouca informação sobre o padre.

Em Setembro de 2023, o Pe. Yang Xiaoming, da diocese de Wenzhou, província de Zhejiang, foi acusado de “falsário” por não ser reconhecido pelo governo como líder religioso, uma vez que recusou a se inscrever na Associação Patriótica.

Segundo a ChinaAid, no início de setembro foi acusado, julgado e condenado por “atividades religiosas sob o disfarce de pessoal religioso ou obter dinheiro através de fraude e outras atividades ilegais”, por não aderir à estatal Associação Patriótica Católica Chinesa.

Sofreu sanções administrativas, incluindo “a ordem de cessar suas atividades (sacerdotais)”, o confisco de rendimentos de 28.473,33 yuan (cerca de 3.500 euros) e uma multa de 1.526,67 yuan (cerca de 200 euros)”.

O Pe. Yang foi ordenado em 18 de dezembro de 2020 por Mons. Peter Shao Zhumin, da diocese de Wenzhou, aprovado pelo Vaticano, mas preso e monitorado porquee recusa entrar na Associação Patriótica Católica Chinesa”.

Assanhamento contra Mons. Peter Shao Zhumin

Mons. Peter Shao Zhumin
Mons. Peter Shao Zhumin
Em fevereiro de 2023, as autoridades prenderam o bispo católico clandestino Peter Shao Zhumin, da diocese de Wenzhou, província de Zhejiang, impedindo-o de assistir ao funeral de um dos seus sacerdotes, informou “Bitter Winter”.

O relatório de ChinaAid registra que “em 2 de fevereiro, as autoridades apreenderam o bispo e seu secretário, Pe. Paolo Jiang Sunian, para impedi-los de comparecer ao funeral do sacerdote “clandestino”, Pe.Leo Chen Nailiang.

Mons. Shao e Pe. Leo pertencem à Igreja “subterrânea” leal à Santa Sé. O Pe. Leo era sacerdote da paróquia de Pingyang, em Wenzhou, sendo profundamente querido pela congregação.

Após o seu desaparecimento, as autoridades proibiram todos os fiéis “ilegais” de participar no seu funeral e na celebração da missa presidida por três sacerdotes da paróquia de Rui'an.

Calvário do bispo James Su Zhimin


Foto histórica de Mons. Zhimin
Foto histórica de Mons. Zhimin
O bispo James Su Zhimin continua desaparecido após ser detido pelas autoridades comunistas. Em verdade, nem se sabe se ainda está vivo ou já ingressou na imensa legião dos mártires chineses que reina nos Céus.

Ele foi visto pela última vez em 2003, e hoje completaria 92 anos. Recusando-se firmemente a aderir à cismática Associação Patriótica, dirigida pelo ateu Partido Comunista Chinês.

Ele sofreu mais de 40 anos de prisão, nas pegadas do heroico cardeal de Xangai, Ignatius Kung, que passou 30 anos na prisão por se recusar a fundar uma igreja cismática a mando das autoridades comunistas em 1955.

Mons. Su padeceu numerosas detenções pelas autoridades chinesas e “Bitter Winter” escreveu que ele “é amplamente considerado um herói pelos católicos chineses.

“Ele foi um líder leigo católico preso três vezes entre 1956 e 1975. Libertado em 1979, estudou clandestinamente para se tornar padre e foi ordenado em 1981, aos 49 anos.

“Isto levou à sua quarta prisão em 1982. Libertado em 1986, em 1988 foi escolhido bispo auxiliar de Baoding e imediatamente preso novamente, pela quinta vez.

“Após a sua libertação, foi consagrado bispo na igreja clandestina em 1993, e promovido pela Santa Sé a bispo de Baoding em 1995, o que levou à sua sexta prisão.

“Seu caso começou a se tornar conhecido no exterior e, a pedido específico dos EUA, ele foi libertado e colocado em prisão domiciliar (que considerou sua sétima prisão). Porque ele continuou a ser popular entre os católicos, ele foi levado novamente para a prisão em 1997”.

“Esta oitava detenção foi a última. O PCCh conseguiu manter em segredo o nome da prisão onde ele estava detido.

“Ele foi ‘descoberto’ por acaso por parentes em um hospital em Baoding, onde havia sido internado por problemas oculares em 2003.

“Mas assim que foram reconhecidos, a polícia o tirou do hospital. Esta é a última vez que parentes ou amigos o viram”.