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quarta-feira, 12 de fevereiro de 2025

China exporta escravos para o Brasil

Banheiro, cozinha e dorrmitório tudo junto
Banheiro, cozinha e dormitório tudo junto
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs






Uma força-tarefa de órgãos federais resgatou trabalhadores chineses em condições análogas à escravidão na montadora de automóveis da BYD em construção na Bahia. Ela interditou parte das obras da montadora em Camaçari (BA).

163 operários “importados” da China trabalhavam em condições análogas à de escravos,

A empresa emitiu um comunicado para fazer bonito dizendo não tolerar “desrespeito à lei brasileira e à dignidade humana”, etc., etc. Na realidade estava usando os escravos como faz generalizadamente com os operários no China.

A BYD é uma gigante na fabricação de carros elétricos e híbridos de recente criação para o governo chinês atingir a hegemonia planetária de carros elétricos. A unidade estava sendo instalada no local onde ficou a fábrica da Ford com incentivos superiores a R$ 5,5 bilhões do governo da Bahia.

O lançamento da pedra fundamental foi feito em outubro de 2023, com presença de autoridades dos governos estadual e federal. A unidade deverá capacidade de montar 150 mil veículos por ano na primeira fase, elétricos e híbrido flex.

BYD usava uma empresa tercerizada para explorar os escravos
BYD usava uma empresa terceirizada para explorar os escravos
Os operários resgatados não poderão trabalhar e terão seus contratos de trabalho rescindidos, segundo o Ministério Público. Os alojamentos e os locais da obra embargados também permanecerão sem atividades até a completa regularização.

Os trabalhadores estavam distribuídos em quatro alojamentos principais. Num deles, dormiam em camas sem colchões e não possuíam armários para seus pertences pessoais, que ficavam misturados com materiais de alimentação.

A situação sanitária era crítica, com apenas um banheiro para cada 31 trabalhadores. Todos os alojamentos tinham problemas graves de infraestrutura e higiene.

Além das condições degradantes, a força-tarefa detectou situações de trabalho forçado. Caso um trabalhador tentasse rescindir o contrato de trabalho após seis meses, deixaria o País sem receber nada pelo trabalho, já que o desconto da caução, da passagem de vinda ao Brasil e o pagamento da passagem de retorno, na prática, configuraria confisco total dos valores recebidos pelos trabalhadores ao longo da relação de trabalho.

O ‘escravos’ apresentavam “sinais visíveis de lesões na pele”, seus passaportes estavam confiscados e o empregador “retinha 60% do salário”.

Condições de vida degradantes para os 'escravos' servindo à BYD
Condições de vida degradantes para os 'escravos' servindo à BYD
Seria a maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, a cerca de 50 km da capital do estado, Salvador da Bahia, noticiou “Clarin” de Buenos Aires.

O caso teve repercussão internacional pela constatação de “tráfico” de trabalhadores chineses. Os ‘escravos’ dependiam de uma subcontratada da BYD, a Jinjiang Open Engineering, e foram considerados “vítimas de tráfico internacional para fins de exploração laboral”.

A BYD está construindo 26 novas instalações e planeja começar a produzir os modelos elétricos Dolphin e Yuan Plus e o híbrido plug-in Song Plus.

Com essa instalação, a BYD pretendia oferecer “preços ainda mais competitivos”. Obviamente com esse esquema análogo à escravidão de africanos em séculos passados e amplamente aplicada na China hodierna acrescida de subsídios com intenções imperialistas o poder vermelho pode pretender afundar as demais montadoras funcionando no País.





quarta-feira, 29 de janeiro de 2025

Clero subserviente tem “educação patriótica” maoísta

Foto do curso de treinamento em Fuzhou, Jiangxi. Da rede social Weibo
Foto do curso de treinamento em Fuzhou, Jiangxi. Da rede social Weibo
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
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O Parlamento comunista pôs em vigor uma Lei de Educação Patriótica no início de 2024.

A diretriz é mera criação do comunismo, mas a Conferência Nacional Conjunta de Grupos Religiosos, impôs que seja aplicada nas comunidades religiosas, informou “Bitter Winter”.

A lei foi aclamada como a principal ferramenta de propaganda doméstica do Partido Comunista Chinês (PCCh) nos próximos anos.

As diretrizes visavam transformar religiões controladas pelo Estado em porta-vozes da propaganda do Partido.

O Departamento de Trabalho da Frente Unida que supervisiona as cinco religiões autorizadas, reclamou que as ordens não estavam sendo implementadas com rapidez suficiente pelos hierarcas eclesiásticos submissos.

A Igreja Católica Patriótica, antes considerada cismática por Roma, mas agora em comunhão com a Santa Sé após o acordo Vaticano-China de 2018, está organizando cursos de treinamento em educação patriótica para clérigos e líderes leigos.

Os burocratas da igreja se submetem à “governança rigorosa da religião” oficial. Os hierarcas religiosos pró-governo sabem que não são capazes sozinhos de controlar as comunidades religiosas, indispostas contra eles. Então, devem ficar sob uma despótica supervisão direta do PCCh.

Um exemplo foi o Curso de Treinamento de Educação Patriótica para Representantes Católicos em Jiangxi, organizado pelo Bureau Provincial de Assuntos Étnicos e Religiosos local em agosto de 2024 no Jiangxi Fuzhou Socialist College em Fuzhou.

O treinamento incluiu palestras especiais fornecidas por líderes de departamento do Departamento Central de Trabalho da Frente Unida.

Sacerdotes e leigos católic visitam o Museu dos Slogans do Exército Vermelho em Hufang. Fonte Weibo
Sacerdotes e leigos católicos visitam o Museu dos Slogans do Exército Vermelho,
em Hufang. Fonte Weibo
O bispo João Batista Suguang da diocese de Jiangxi, o bispo auxiliar João Weizhao, todo o clero e mais de sessenta membros das Duas Conferências Católicas Provinciais participaram das sessões de reeducação e de treinamento.

O programa contou com palestras e aprendizado prático fornecidas por especialistas sobre o pensamento de Xi Jinping, o centenário do PCCh e como os católicos podem defender o Partido e seu Comitê Central.

Uma das excursões do curso levou padres e trabalhadores leigos ao Museu do Slogan do Exército Vermelho em Hufang. O Museu recolhe os slogans do Exército Vermelho na época da Guerra Civil.

Para os organizadores foi uma oportunidade única para padres católicos e trabalhadores leigos “herdarem o gene vermelho” dos seguidores leais do Partido Comunista.

quarta-feira, 15 de janeiro de 2025

Soldados norte-coreanos vítimas da inanição

A desnutrición cresce entre os militares (foto tirada desde a fronteira chinesa)
A desnutrição cresce entre os militares (foto tirada desde a fronteira China)
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
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A ASIAPRESS continua a receber relatos de várias áreas da Coreia do Norte sobre um aumento dramático dos soldados famintos devido à redução do fornecimento de alimentos para bases militares.

A fonte desses relatórios são soldados reenviados para casa devido à desnutrição. A ASIAPRESS realizou uma pesquisa sobre as condições nas bases na parte norte do país em meados de setembro.

Os parceiros de reportagem se reuniram com soldados enviados para casa por desnutrição. Assim obteriam melhor controle sobre as realidades da fome dentro das forças armadas.

Um parceiro de reportagem (“A”) na província de Yanggang disse à ASIAPRESS :

“Houve um aumento de soldados que voltaram para casa devido à desnutrição. ... um jovem soldado que voltou depois de um período em uma base em Wonsan, província de Kangwon, disse que comia duas refeições por dia na base, e em dias sem almoços, as autoridades pularam o treinamento da tarde e fizeram os soldados tirarem cochilos.


Outro parceiro de reportagem (“B”) na província de Hamgyung do Norte, conversou com um soldado que disse à ASIAPRESS :

“Há três jovens que sofrem de desnutrição que receberam alta por razões médicas em minha unidade de vigilância. Provavelmente há mais voltando para casa para não ser desonrosamente dispensado.

Soldados clinicamente inaptos para continuar o serviço militar devido a doenças, ferimentos ou desnutrição são liberados sob um sistema chamado “gamjongjaedae”.


“B” disse à ASIAPRESS mais sobre o que ele ouviu do soldado:

“O jovem com quem falei passou um ano e meio em uma base em Jajupo, província de Hwanghae do Norte, e recentemente voltou para casa por razões médicas.

“As refeições da base eram apenas sal e milho, nem mesmo totalizando 400 gramas por dia.

“Ele me disse que ‘havia três refeições por dia, mas elas equivaliam a apenas uma refeição dividida em três refeições’.

O soldado também disse que houve um aumento tão grande de soldados famélicos que ninguém poderia ser enviado para trabalhar em fazendas durante o verão.


Outro parceiro de reportagem na província de Yanggang (“C”) disse à ASIAPRESS o seguinte:

“Os soldados não podem voltar para casa só porque precisam de tratamento médico para uma doença. A maioria dos jovens que retornaram recebeu alta temporariamente por razões médicas.

“Pais com algum dinheiro subornam os hospitais para obter um documento que confirme que seus filhos precisam ser tratados em hospitais.

“Os hospitais então informam as bases militares de onde os soldados vieram”.


Por que os soldados estão famintos durante a época de colheita?

Uma entre três crianças norte-coreanas com menos de cinco anos está desnutrida
Uma entre três crianças norte-coreanas com menos de cinco anos está desnutrida
Soldados desnutridos na Coreia do Norte não é um problema novo.

Muitos desertores que serviram nas forças armadas testemunharam sobre a falta de suprimentos de alimentos em bases militares desde o início dos anos 90.

Existem três grandes fontes de alimento fornecidas aos militares norte-coreanos.

1. Algumas das colheitas de fazendas coletivas são enviadas para bases militares. Este alimento é chamado de “arroz militar”.
 
2. Alimentos importados do exterior.
 
3. Milho e legumes cultivados por soldados em campos perto de bases militares. Esses campos são chamados de “buopji”.

 
Na primavera deste ano, o regime de Kim Jong-un ordenou que todos os “buopjis” militares fossem combinados com os campos administrados por fazendas coletivas, embora não esteja claro quantos dos campos agrícolas administrados por militares estão realmente sob gestão de fazendas coletivas.

A comida é adquirida sistematicamente pelo governo. Mas esse, no entanto, não consegue o suficiente para alimentar os soldados, o que levou a níveis crônicos de desnutrição nas forças armadas.

A partir de abril de 2024, o governo norte-coreano não conseguiu adquirir arroz branco e milho suficientes para as lojas de alimentos estatais, por isso tirou das lojas militares de alimentos para resolver rapidamente o problema.

O impacto de tudo isso é que os soldados estão sofrendo de fome, o que levou a um aumento nos crimes por eles cometidos.

A ASIAPRESS se comunica com parceiros de reportagem por meio de telefones celulares chineses contrabandeados para a Coreia do Norte.