Livro Negro do Comunismo revela o maior crime da História
Reforma Agrária achincalhou os proprietários até a morte
A revolução comunista na China conduzida por Mao-Tsé-Tung seguiu as pegadas da Rússia com aspectos surpreendentes.
Assim que se apossava de uma região, o comunismo chinês empreendia a Reforma Agrária. Mas antes de eliminar os proprietários, desmoralizava-os o quanto podia.
Eles eram, por exemplo, submetidos ao “comício da acidez”: os parentes e empregados deviam acusá-los das piores infâmias até que “entregassem os pontos”, sendo então executados pelos presentes. Um proprietário teve que puxar um arado sob as chibatadas de colonos, até perecer.
Chegou-se a obrigar membros da família de um fazendeiro a comer pedaços da carne dele, na sua presença, ainda vivo!
A Reforma Agrária chinesa extinguiu de 2 a 5 milhões de vidas, sem contar aqueles que nunca voltaram entre os 4 a 6 milhões enviados aos campos de concentração.
O sistema amarelo de campos de concentração foi (e continua sendo) o maior do mundo. Até meados dos anos 80, mais de 50 milhões de infelizes passaram por ele.
A média de ingresso nesse sistema é de 1 a 2 milhões de pessoas por ano, e a população carcerária atinge, em média, a cifra de 5 milhões. Os presos-escravos vivem psiquicamente infantilizados, num sistema de autocríticas e delação mútua.
Esses cárceres, disfarçados em unidades industriais do Estado, desempenharam importante papel nas exportações chinesas. Pense nisso o leitor quando lhe oferecerem um produto chinês a preço ínfimo...
“Grande salto para a frente”: industrialização forçada até o extermínio pela fome
Em 1959, Mao propôs o “grande salto para a frente”, que consistiu em reagrupar os chineses em comunas populares, sob pretexto de um acelerado progresso.
Foi proibido abandonar a comuna, as portas das casas foram queimadas nos altos fornos, e os utensílios familiares transformados em aço. Iniciaram-se construções delirantes.
Os responsáveis comemoravam resultados fulgurantes e colheitas astronômicas. Mas logo começou a faltar o alimento básico. Barragens e canais viraram pesadelo para seus construtores escravos. A indústria parou.
A fome mais mortífera da História da humanidade sacrificou então 43 milhões de vidas! Era proibido recolher as crianças órfãs ou abandonadas. O regime reprimia os famintos, entes não previstos na planificação socialista...
“Revolução Cultural”: tentativa de extinguir a tradição e o pensamento
Em 1966, Mao lançou a Revolução Cultural. Tratava-se de reduzir a pó os vestígios do passado, de eliminar tudo quanto falasse da alma espiritual ou evocasse a beleza.
Os cenários e guarda-roupas da Ópera de Pequim foram queimados. Tentou-se demolir a Grande Muralha, e os tijolos arrancados serviram para construir chiqueiros! Era proibido possuir gatos, aves ou flores!
À palavra intelectual acrescentava-se sempre o qualificativo fedorento. Os professores deviam desfilar por ruas e praças em posições grotescas, latindo como cães, usando orelhas de burro, se auto-denunciando como inimigos de classe. Alguns, sobretudo diretores de colégio, foram mortos e comidos. Templos, bibliotecas, museus, pinturas, porcelanas viraram cacos ou cinzas.
Os mortos são calculados entre 400 mil a 1 milhão, e os encarceramentos em torno de 4 milhões: uma alucinante ninharia, se comparada aos massacres da Reforma Agrária e do “salto para a frente”! Apesar disso, a Revolução Cultural serve até hoje como fonte de inspiração para revoluções do gênero.
Novo “sucesso” maoísta: genocídio comuno-ecológico no Camboja
A China moldou os regimes comunistas do Oriente. Particularmente o do Camboja, onde os guerrilheiros vermelhos exterminaram mais de um quarto da população nacional.
Logo após a conquista da capital, Phnom Penh, metade dos habitantes do país foi impelida para as estradas. Doentes, anciãos, feridos, ex-funcionários, militares, comerciantes, intelectuais, jornalistas eram chacinados no local. 41,9% dos habitantes da capital foram eliminados nessa ocasião. Para poupar bala ou por sadismo, matava-se com instrumentos contundentes.
As multidões de ex-citadinos foram conduzidas a campos coletivizados. Ali trabalhavam em condições duríssimas, recebiam horas de doutrinação marxista, com pouco sono, separação total da família, vestimentas em farrapos e sem remédios.
Extermínio de massa para dar no “homem novo” por “evolução”
O país transformou-se num só conglomerado de concentração. Não havia tribunais, universidades, liceus, ensino, moeda, comércio, medicina, correios, livros, esportes ou distrações.
Os ex-citadinos viraram bestas de carga, enquanto ouviam elogios do boi que trabalha sem protestar, sem pensar na mulher e nos filhos.
Vestiam um uniforme único, de cor preta, e se arrastavam famintos pelos campos mal explorados. Os fugitivos sumiam na selva ou eram sadicamente chacinados. Comiam insetos, ratos e até aranhas, disputavam com os porcos o farelo das gamelas. Grassava o canibalismo.
Designavam-se prisioneiros para serem transformados em adubo! Por vezes, na colheita da mandioca, “desenterrava-se um crânio humano através de cujas órbitas saíam as raízes da planta comestível”.
Os chefes comunistas Cambojanos haviam estudado na França, onde militaram no Partido Comunista Francês, tendo então conhecido as novas doutrinas ecológicas...
Sua meta: eliminar o senso da própria individualidade, todo sentimento de piedade ou amizade, qualquer idéia de superioridade. Assim, queriam forjar o “homem novo”, integrado na natureza, espontaneamente socialista, detentor de um saber meramente material, de um pensamento que não pensa.
Resultado: diminuição demográfica de 3,8 milhões de pessoas; 5,2 milhões de sobreviventes; 64% dos adolescentes órfãos; e um povo psiquicamente arrasado.
O Test behind the Great Firewall of China, confirmou mais uma vez que nosso blog ESTÁ BLOQUEADO NA CHINA. A máquina repressiva impede o acesso em Pequim (confira); em Shangai (confira); e agora em Guangzhou (confira). Hong Kong é a exceção (confira).
Enquanto Pequim não cobrar medidas coercitivas dos seus correligionários brasileiros ou da Teologia da Libertação, este blog continuará na linha católica anti-comunista, pelo bem do Brasil. MAIS
O “milagre” chinês tem um lado sombrio. A coluna vertebral de seu salto econômico são os mais de 200 milhões de migrantes que abandonaram o campo para buscar trabalho na cidade – revelou a BBC.
Esses migrantes constituem um terço da população economicamente ativa (de 15 a 65 anos de idade) e não têm acesso à saúde ou à educação. Para eles, o “milagre” chinês é uma utopia ou um pesadelo.
A BBC Mundo entrevistou a escritora Hsiao Hung-pai, autora de Scattered Sands e Chinese Whispers, dois estudos-chave sobre o fenômeno da migração chinesa.
Eles são acusados de subversão por exporem na Internet a corrupção no partido comunista e no governo.
O julgamento está sendo realizado num momento de baixa cobertura midiática para evitar críticas da comunidade internacional.
Em setembro, o primeiro-ministro Tan Dung lançou uma campanha contra ativistas e blogueiros, reiterada por ele em 17 de dezembro. A católica Maria Ta Phong Tan está entre os que correm risco.
Em 2012, 40 ativistas e blogueiros foram presos.
Por Joseph Dang
Hanoi (AsiaNews, 31-12-2012) – Um grupo de católicos ativistas de direitos humanos poderia ser sentenciado à pena de morte. Em 6 de janeiro, seus membros irão a julgamento por subversão, acusados de violar o artigo 79 do Código Penal do Vietnã:
“Realização de atividades destinadas a derrubar o governo do povo”, o que pode acarretar a pena de morte. As 14 pessoas são: Ho Đức Hòa, Djang Xuan Dieu, le van Son, Nguyen Van Duyệt, Nguyen Van Oai, Anh Nguyen Xuan, Ho Văn Oanh, tailandês Văn Dung, Tran Minh Nhat, Nguyen Đình Cuong, Nong Hùng Anh, Djang Thi Ngoc Minh, Nguyen Minh Djang homem, e Nguyen Vinh Phuc Djang.
Para consumo ocidental: propriedade respeitada em Wenling, Zhejiang
A mídia ocidental difundiu a fotografia assaz singular de um prédio em Wenling, na província chinesa de Zhejiang, que teria forçado o governo comunista a desviar o percurso de uma nova estrada.
Pouco depois, o governo marxista teria pagado certa soma de dinheiro aos proprietários.
Os donos, então, teriam concordado em abandonar sua casa, logo demolida em favor da estrada.
A “mensagem” foi de que o comunismo respeita a propriedade privada!
Em verdade, o fato tem o sabor de montagem propagandística.
Essa montagem visa desmentir as crescentes denúncias de violências desumanas contra pequeníssimos proprietários.
De acordo com o jornal chinês “Oriental Morning Post”, sobre as águas do famoso Rio Amarelo passaram boiando, nos últimos 50 anos, mais de 10.000 cadáveres apenas nos 80 quilômetros em torno da cidade de Lanzhou, na província rural de Gansu.
Não se trata apenas nem principalmente de uma consequência das chacinas praticadas por Mao Tsé Tung no tempo da Reforma Agrária ou do Grande Salto Adiante.
Acontece, e cada vez mais, na China atual.
“Entre abril e setembro de 2012, pelo menos 20 corpos foram recuperados cada mês”, explicou ao jornal um policial de Lanzhou.
“Tudo o que você acha que sabe sobre a China está errado”, escreveu peremptoriamente Minxin Pey, da acatada revista “Foreign Policy”. A China não é a potencia econômica, política e militar que se acha comumente, explicou.
A afirmação pega de surpresa, mas Pey apresenta uma argumentação sólida e convincente em “Foreign Policy”.
De início, Pey sublinha que enganos do gênero não são coisa nova. “Nos últimos 40 anos, escreve, os americanos demoraram a perceber o quanto seus rivais estrangeiros decaíram. Nos anos 70, eles pensavam que a União Soviética era um gigante. No fim dos anos 80, temiam que o Japão fosse superar economicamente os Estados Unidos”.
Revoltados contra as extenuantes jornadas de trabalho, milhares de operários da fábrica de Foxconn em Taiyuan (norte da China) enfrentaram os seguranças e a polícia marxista, noticiou “Le Figaro”. Por volta de quarenta deles ficaram feridos.
Na China, as fábricas, inclusive as mais modernas como as da Foxconn, são verdadeiras cidades onde tudo é em comum: dormitórios, refeitórios, locais de lazer, etc. A única opção dos operários é ir e voltar ao trabalho.
Os horários são determinados em função da produção, a qual pode, em certos casos extremos, chegar até as 24 horas do dia.
O imenso, histórico e poético rio Yangtzé, outrora conhecido como “a correnteza de ouro”, ou “Rio Azul”, adquiriu uma estanha cor vermelha, assustando os ribeirinhos e a imprensa internacional, informou a ABCNews.
As autoridades socialistas chinesas declaram não ter ideia do que se trata e não parecem determinadas a fazer nada de sério em face do desastre.
O mais extenso e largo rio chinês e o terceiro maior do mundo, o Yangtze irriga as melhores terras da China.
Feng Jianmei com o cadáver de seu filho abortado pela força
Um crescente mal-estar está tomando conta da China após funcionários públicos prenderem a jovem operária Pan Chunyan na mercearia onde trabalhava, pelo crime de estar grávida de quase oito meses de seu terceiro filho.
Ela ficou presa com mais duas mulheres durante quatro dias, até que a levaram a um hospital e a forçaram a imprimir seu polegar num documento dizendo que concordava em abortar a criança. Uma enfermeira injetou-lhe uma droga e o bebê nasceu morto pouco depois, “com o corpo todo preto e azulado”, contou Pan.
Fragata chinesa 'Yantai' no porto de Varna, Bulgária.
Duas flotilhas de guerra chinesas ingressaram no Mediterrâneo no mês de agosto, via Canal de Suez, manifestando intenções amistosas, noticiou o jornal indiano “Indian Punchline”.
Trata-se de um fato sem precedentes e um sinal do expansionismo bélico chinês. Dois navios de guerra, entre os quais um destruidor com mísseis teleguiados, ancoraram em Istambul, numa visita de quatro dias.
A segunda flotilha penetrou o Mar Negro e ancorou no porto búlgaro de Varna, numa “visita de boa vontade”, algo nunca acontecido antes.
A mídia israelense especula que a entrada naval militar chinesa em águas tão distantes de suas bases tinha como objeto dar um apoio ao governo da Síria, que vem sendo sustentado diplomaticamente por Pequim nos foros internacionais decisivos.
O bairro de Nova Cidade de Kilamba devia receber 500 mil novos habitantes.
Os prédios já estão construídos, mas só se vê ruas desertas e apartamentos fechados.
Dos 2.800 apartamentos postos à venda há um ano, apenas 220 foram comprados.
Os preços são irreais, não existe financiamento, o plano foi concebido num gabinete fechado socialista desligado da realidade. Esta é uma das mazelas, e não das mais graves, do dirigismo totalitário marxista.
A China está implantando mais um método de controle e censura na Internet, noticiou o diário de Milão Il Corriere dela Sera. Trata-se da “Disciplina por pontos”.
O sistema já foi lançado de maneira experimental e concede ao usuário de qualquer microblog como Twitter pontos que lhe serão tirados se não obedece as consignas da ditadura socialista.
O crédito básico será de 80 pontos caso o usuário se “loge” como anônimo ou com codinome; 90 pontos se se cadastra fornecendo os dados do RG; e 100 pontos se acrescenta seu número de celular.
O usuário vai perdendo pontos se incorre em condutas “ilegais” como veicular informações que o regime não quer. Quando o usuário cai ao nível de 60 pontos recebe uma advertência, e se chega a zero perde a conta no microblog e a possibilidade de se conectar.
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs
A Coreia do Norte comemorou com grandes manifestações de massas o centésimo aniversário de Kim Il-sung, avô do atual ditador Kim Jong-un, noticiou o diário “Le Monde”.
Kim Il-sung foi o fundador da mais pertinaz dinastia comunista, talvez a mais cruel, embora haja nisto discrepâncias.
Duzentos jornalistas estrangeiros foram convidados a admirar as realizações do socialismo norte-coreano, inclusive seu centro espacial.
Mas o fizeram sob estrita vigilância dos agentes da ditadura.
Assim, de um trem luxuoso (para os critérios miserabilistas) eles puderam contemplar os sucessos dos assentamentos da reforma agrária – encenação montada cuidadosamente e para ser vista apenas sem descer do comboio.
O apresentador da TV nacional chinesa, Zhao Pu, desapareceu após alertar sobre um escândalo de iogurtes adulterados. A denúncia partiu da organização Repórteres Sem fronteiras (RSF) e foi publicada no jornal “El Mundo”, de Madri.
Apresentador habitual de programas vespertinos no canal estatal CCTV, Zhao, 40, escreveu no seu microblog, em 9 de abril, uma mensagem alertando para a gelatina tóxica presente em iogurtes e outros alimentos.
Foi o último dia em que foi visto nas telas. A CCTV nada informa sobre sua desaparição. Segundo a RSF, ele pode ter sumido por “pedido do governo que, como em anteriores escândalos alimentares, quer suprimir qualquer comentário sobre uma questão muito sensível”.
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs
O cineasta chinês Wang Bing rodou dois filmes sobre os capítulos mais sinistros da revolução socialista chinesa, noticiou o site Slate.
O primeiro deles foi a campanha de 1957 contra os “direitistas”, verdadeiro episódio de repressão em massa.
Centenas de milhares de chineses foram deportados para campos de concentração.
Foi montado assim um goulag, semelhante aos da Rússia, no deserto de Gobi, onde os prisioneiros morriam como moscas, de frio, esgotamento e maus tratos.
O "Grande Salto Adiante": massacre gigante
Ordenada pelo Partido Comunista, a campanha foi o ponto de partida do “Grande Salto Adiante” (1958-1960) ou industrialização, da marcha forçada e do confisco de terras, gerando espantosa fome que matou entre 20 e 30 milhões de pessoas.
Os dois filmes longa metragem de Wang Bing – Fengming, crônica de uma mulher chinesa e A Fossa – são de tipo histórico e rompem o silêncio de mais de meio século mantido na China e no Ocidente sobre esses genocídios.
Segundo Slate, os campos de concentração chineses dos anos 50 são um tabu “infinitamente mais absoluto” que as tragédias da Revolução Cultural de Mao Tsé Tung.
Até hoje está rigorosamente proibido falar do “Movimento contra os direitistas” e do “Grande Salto Adiante”, ligados à fome mais devastadora do século XX.
O “Grande Salto Adiante” ficara descrito em termos idílicos, mas não menos falsos, pelas esquerdas progressistas do Ocidente.
Os excessos chocantes da Revolução Cultural foram condenados até pelos dirigentes que sucederam a Mao.
Mas tanto eles quanto seus colegas ideológicos ocidentais não querem reconhecer esses morticínios em massa, oferecidos no altar da construção de uma sociedade igualitária em curto prazo.
Os filmes de Wang Bing rompem esse silêncio criminoso.
O cineasta se inspirou no livro O Cântico dos mártires nos campos da morte da China de Mao, de Yang Xian-hui, que recolhe testemunhos de sobreviventes do campo de Jabiangou, província de Gansu, um dos mais mortíferos.
Cena de "A Fossa"
Wang Bing empreendeu em 2004 um imenso trabalho de pesquisa: “Recolhi dezenas de testemunhos de pessoas ligadas a esta história. De sobreviventes, mas também de guardas ou de famílias de deportados”.
Carregando sua câmera, ele imergiu literalmente no inferno de Jiabangou, varrido pelos ventos gélidos do deserto de Gobi, nas valas cavadas na terra onde viviam e morriam os prisioneiros, vigiados por guardas quase tão maltratados quanto suas vítimas.
Absurda crueldade de um regime que determinou imolar friamente parte do povo que não vivia ou não pensava como ele.
A morte onipresente – acompanhada da impossibilidade sequer de tratar corretamente dos mortos – nunca será objeto de uma Comissão da Verdade nem de seus “companheiros de viagem” e propagandistas do Ocidente.
Pequim iniciou uma operação de controle e repressão da Internet de extensão inédita. O argumento aduzido é cortar os boatos sobre um inverossímil eventual golpe de Estado.
Para o jornal “Le Figaro”, trata-se de uma chicotada da censura sobre as principais redes de microblogging chinesas. Na enxurrada repressiva foram fechados outros sites Internet, tendo muitos internautas sido presos, noticiou “Le Figaro” de Paris.
A medida mais espetacular consistiu no bloqueio dos comentários dos dois maiores microblogs do país: o Weibo e o QQ, equivalentes ao Twitter. Aumenos 16 sites da Internet foram fechados e numerosas pessoas arrestadas, pelo suposto crime de “fabricar e propagar falsos boatos online”.
Prédios de péssima qualidade feitos para inflar números ruem:
prefigura do futuro?
O Banco Mundial alertou os líderes da China marxista para porem fim ao monstruoso setor estatal da economia do país se quiserem conservar o crescimento do país, noticiou o “Los Angeles Times”, principal jornal da Califórnia.
Para o Banco Mundial, o modelo econômico chinês está “insustentável”. A solução seria estimular as empresas privadas, hoje marginalizadas, e diminuir a presença esmagadora das estatais socialistas.
Os conselhos e advertências fazem parte de um relatório de 400 páginas que propõe também diminuir os impostos e respeitar os direitos dos camponeses.
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs
Uma erupção de chamas que torceu tubos de metal como se fossem canudos matou na hora dois operários e feriu outros dez que faziam iPads e iPhones para a Apple na Foxconn, em Chengdu, relatou “The New York Times”.
As condições de trabalho nas fábricas chinesas são terríveis: horas extras excessivas, trabalho sete dias por semana, dormitórios superlotados comuns, trabalho em pé tão longo que as pernas incham a ponto dos operários quase não conseguirem andar.
Menores de idade montam produtos da Apple, as fábricas acumulam lixos tóxicos e falsificaram registros “para inglês ver”.
As ONGs dos direitos humanos que se apresentam como monitores independentes e confiáveis não sabem de nada nem percebem nada.
Há dois anos, 137 funcionários de uma fornecedora da Apple foram intoxicados usando uma substância química venenosa para limpar as telas do iPhone.
Em 2011, duas explosões em fábricas de iPad mataram quatro e feriram 77.
Explosão na Foxconn matou 4 e feriu 18 em Chengdu
A Apple que havia sido alertada, após muitas críticas no Ocidente nomeou uma ONG para verificar o estado dos direitos dos trabalhadores, mas ela é considerada uma das mais supeitas para fazer essa tarefa por outras ONGs do mesmo baralho.
Condições terríveis de trabalho também foram documentadas em fábricas de manufatura de produtos para a Dell, Hewlett-Packard, IBM, Lenovo, Motorola, Nokia, Sony, Toshiba e outras.
Na Foxconn, cartazes nas paredes exortam aos 120 mil empregados: “Trabalhe com afinco no seu emprego hoje ou vai ter que trabalhar duro para encontrar um emprego amanha”, denunciou o “The New York Times”.
A frase poderia ter figurado em qualquer campo de trabalho forçado nazista ou stalinista.
A Apple argui que manda que os operários não trabalhem mais de 60 horas por semana.
Funcionários da Foxconn montam redes
para impedir suicídios na fábrica em Shenzhen
Mas na sua empreitada Foxconn operários denunciaram que trabalhavam 12 horas por dia, seis dias na semana.
E esses eram os estavam melhor.
Há “turnos contínuos” e operários recebem ordens para trabalhar 24 horas seguidas.
Muitos dormitórios da empresa onde vivem 70 mil empregados concentram até 20 pessoas num apartamento de três cômodos.
A Foxconn contesta, de praxe, os relatos e diz que obedece aos códigos de conduta da Apple.
Outro procedimento que evoca a obediência ao líder supremo socialista e ao plano quinquenal do Partido Comunista.
O CK1, sedan da montadora chinesa Geely, que deseja fabricar carros no Brasil, participou do Latin NCAP, programa de avaliação dos veículos em caso de colisão.
Obteve o pior resultado e nenhuma das cinco estrelas possíveis. Até então, nenhum carro havia “zerado” na prova, cujo formato existe há décadas na Europa e EUA.
Entre as realizações da Geely figura a apresentação, no Salão de Xangai 2009, de uma cópia do Rolls-Royce Phantom. Até a estatueta “Spirit of Ecstasy”, símbolo da fabricante inglesa, foi pirateada.
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs
Os “direitos humanos” não causam muita preocupação quando não se trata de um agente de destruição. Por isso, governantes e chefes de Estado fogem regularmente de falar deles nas suas visitas à China.
E, se alguém reclamar esses direitos, o governo marxista já concebeu um método de eliminação talvez não menos cruel que o fuzilamento: o “desparecimento” puro e simples. O método deixa mais à vontade os amigos de Pequim.
Os governos de esquerda, que berram pelos “desaparecidos” que teriam sido vítimas de governos não-comunistas, podem fingir que não sabem de nada.
Em janeiro, uma ativista de direitos da Mongólia Interior, Govruud Huuchinhuu, desapareceu repentinamente após deixar um hospital no qual se submetia a um tratamento de câncer; em fevereiro, sumiu o advogado de direitos humanos Tang Jitian, levado à força por policiais; em maio foi a vez de Ershidin Israel, chinês de etnia uigur, “desaparecido” após ser deportado para a China como suspeito de terrorismo. Nas semanas seguintes, mais três uigures também se ‘esfumaram’ da realidade.
O artista Ai Weiwei “desapareceu” quando estava sob custódia policial em abril, mas reapareceu em junho. Ele é o ativista chinês mais famoso a sofrer “desaparecimento forçado”, como as autoridades de direitos humanos chamam esses “incidentes”.
O Congresso Nacional do Povo – o Parlamento chinês – está reformando o Código penal, a fim de permitir às autoridades a prisão em local secreto de qualquer um que seja apontado como obstruindo uma investigação.
Na prática é uma legalização das práticas socialistas atuais.
O projeto é um dos mais explícitos passos no reforço da repressão desde que a China manifestou o desejo de adotar um sistema legal parecido com os ocidentais.
A reforma do Código inclui algumas garantias básicas reconhecidas pelos Códigos penais ocidentais, mas ninguém tem certeza de que serão implantadas da forma como foram redigidas.
Liu Xiaoyuan, proeminente advogado de defesa, conhecido por seu envolvimento em casos controversos, qualificou o projeto de “simplesmente assustador”.
“Ele literalmente dá à polícia um passe para se livrar de qualquer forma de controle”, afirmou. “A lei criminal deve proteger os direitos dos cidadãos e restringir o poder das autoridades. A nova revisão faz exatamente o oposto.”
O grupo de trabalho de ONU para os desaparecimentos forçados expressou crescente preocupação pelo aumento desses casos na China, porém Pequim boceja diante dessas lamentações inconsequentes.
Muitos dos desaparecidos na China reapareceram, alguns exibindo sinais de terem sofrido tratamento duro no cativeiro.
Porém, muitos nunca retornaram, como o proeminente advogado de direitos humanos Gao Zhisheng, do qual não se tem notícia desde seu desaparecimento em abril de 2010. Alguns estão desaparecidos há muito mais tempo, noticiou o “The New York Times”.
Operários da Foxconn ameaçam suicídio coletivo na Foxconn
que produz para Microsoft e Apple, entre outras
Nilo Fujimoto
Podemos parecer repetitivos, mas não podemos deixar de escrever novamente sobre o caráter escravagista do comunismo chinês devido à divulgação da incrível notícia de que mais uma vez se praticou uma tentativa de suicídio (pasmem!) coletivo neste país.
Cerca de 300 trabalhadores e ex-trabalhadores escalaram em grupo o telhado da fábrica da Foxconn, divisão Microsoft, e ameaçaram atirar-se caso não lhes fossem efetuados os aumentos de salários e os pagamentos acordados para os que optaram pelo programa de demissões “voluntárias”.
Além da negação da empresa em relação a tais concessões, pesou a insensibilidade da diretoria diante dos insistentes pedidos por melhorias das condições de trabalho.
Cansados de serem constantemente enganados pelas autoridades locais, os agricultores da vila costeira de Wukan, na província de Guangdong, sul da China, estão desde setembro em protesto contra o governo comunista da cidade.
A polícia isolou a vila de 20.000 habitantes, cortando o abastecimento de alimentos para quebrar a resistência popular pela fome. Porém, a morte de um manifestante sob custódia da polícia acirrou ainda mais os ânimos.
Em causa está a apropriação de terras agrícolas por funcionários socialistas, ação que se tem tornado recorrente na região, como há muito no resto do país comunista. Esta mesma situação é vivida por outros 50 milhões de camponeses, os quais perderam suas terras na última década, noticiou “Global Times”.
Em Shangzu, região autônoma de Xinjiang, oeste da China, onze pessoas morreram envenenadas com anticongelante altamente tóxico, segundo a agência oficial Xinhua.
Outras 120 pessoas tiveram de ser hospitalizadas pelo mesmo motivo. O químico tóxico mortal seria o etilenglicol, usado em motores, e solventes misturados em vinagre para consumo humano.
O governo socialista atribuiu a culpa ao Ramadã islâmico, que obriga ao jejum só durante o dia, enquanto à noite os muçulmanos se reúnem para comilanças.
« Gloire à Dieu au plus Haut des Cieux, Et paix sur la Terre au hommes de bonne volonté »
[“Glória a Deus nas alturas! E paz na Terra aos homens de boa vontade!”]
Em Belém, nenhum albergue abriu suas portas para a Sagrada Família.
E o Menino Jesus nasceu numa pobre gruta, aquecido pelo calor de um boi e de um asno.
Como reparação, no Natal de cada ano, salões franceses abrem suas portas ao Divino Menino, sua Santa Mãe e o Patriarca São José.
CLIQUE PARA VIDEO: Natal num castelo da França
Em salões nobremente decorados, num ambiente penetrado pelo sorriso e cortesia, etiqueta e elegância, uma sociedade de salão apresenta-se diante de um presépio que não tem nada do salão.
Mas, o Menino-Deus está ali, Nossa Senhora e São José, príncipes da Casa de David, também.
O charme e a beleza, a graça e o encanto, homenageiam ao Rei dos Reis.
O índice de produção industrial compilado pelo banco HSBC mostra que as encomendas das empresas chinesas recuaram, em novembro, para seu nível mais baixo em 32 meses: esse índice se situa em 48, sendo que um número inferior a 50 indica uma contração da atividade.
Mas novembro também foi o mês mais tumultuado nas fábricas, com uma greve nas linhas de produção da Honda que evidenciou o descontentamento dos operários.
O rio Hengshui, que atravessa a pequena cidade Shangba, na província de Guangdong, no sudeste da China, carrega um coquetel de produtos químicos, como cobalto, mercúrio e cádmio, que causou 270 mortes por câncer de estômago e das vias aéreas entre 1976 e 2005.
Para piorar, é a única vila do país onde a taxa de natalidade já chegou a ser mais baixa que a de mortalidade. Morrem mais dos que nascem, segundo noticiou Terra.
Zhang Lihua, 57, perdeu o avô paterno e a avó materna por causa do “rio do câncer” e atravessá-lo lhe causa pavor.
Guangdong é a província mais rica da China, mas no rio degradado pela poluição não ficou sequer um peixe.
Documentário da cadeia de TV SBS, da Coréia do Sul, desvendou o esquema de empresas farmacêuticas chinesas para vender pílulas feitas com cinzas de bebês abortados como sendo anti-histamínicos.
A equipe da TV, segundo informa o jornal “International Business Times”, de San Francisco, mostrou que a verdade por trás da “pílula de bebê morto” é horrorosa e perturbadora.
Os hospitais e as clínicas abortistas estatais chinesas participam diretamente do macabro negócio, informando as empresas da morte de um bebê em decorrência de parto ou de aborto.
As empresas então compram os corpos das crianças e os guardam no freezer de alguma família para não causar suspeita.
Os agentes de controle de natalidade chineses geram pânico em pais e avós de Longhui, no sul da China, informou longa reportagem do “The New York Times”.
Os insensíveis funcionários aplicam a política socialista de controle da natalidade e sequestram as crianças, que desapareceram para sempre.
Em 2005, Yuan Xinquan segurava sua filhinha de menos de dois meses no colo, num ponto de ônibus, quando seis homens desceram de uma van oficial e lhe exigiram a certidão de casamento. Ele não tinha, e tampouco podia pagar a “multa” de cerca de US$ 745 para ficar com a filha.
Yuan só ficou com um saco plástico contendo as roupas do bebê e uma pomada. “Eles são piratas”, disse o jovem pai. Seu bebê foi uma das pelo menos 16 crianças sequestradas pelos agentes de controle de natalidade entre 1999 e 2006, em Longhui.
Pelo menos 49 cristãos vietnamitas da etnia Hmong foram mortos, centenas ficaram feridos e um número inverificável deles foram presos ou estão desaparecidos.
Esse é o balanço da sanguinária repressão desencadeada pelos Exércitos do Povo do Vietnam e do Laos numa região de fronteira, noticiou AsiaNews.
Em 30 de abril, em Muong Nhe, província de Dien Bien, 8.500 Hmong se reuniram para rezar, pedir a devolução das terras e liberdade religiosa. Naquele momento sofreram o ataque militar. Segundo Christy Lee, diretor executivo de Hmong Advance Inc. (HAI), de Washington, D.C., os presos “poderão ser torturados ou assassinados, ou simplesmente desaparecer”. A energia elétrica e as comunicações foram interrompidas na região.
A sucessão de escândalos alimentares não pára na China.
As autoridades de Shenyang (nordeste do país) descobriram 40 toneladas de grãos de soja com aditivos proibidos como nitrito de sódio, uréia, antibióticos e hormônios vegetais, segundo o diário oficial “Legal Daily”.
As substancias nocivas visavam dar um aspecto mais apetecível ao produto. A soja em grão é de grande consumo na culinária do país.
O nitrito de sódio pode ser tóxico para o homem e é cancerígeno. O hormônio vegetal também está proibido para o consumo.
Perto de 200 operários destruíram a fábrica de baterias de chumbo Zhejiang Haijiu. A causa foi o envenenamento de 233 adultos e 99 crianças por emissões da fábrica, que opera sem respeitar limite algum, embora estes existam no papel.
Han Tiantian, de três anos, que vivia em frente da fábrica, havia absorvido chumbo suficiente para reduzir irreversivelmente sua capacidade intelectual e danificar seu sistema nervoso.
Cenas de ira semelhantes repetiram-se por toda a China, informou o “The New York Times”. Os governos locais fazem todo o possível para ocultá-las e manter funcionando as fábricas tóxicas, a fim de cumprir os planos e as metas econômicas socialistas.
Conselho de Mao: "Usem o Ocidente em benefício dos chineses".
Presidente Nixon inicia apertura de Ocidente ao comunismo chinês, 27.2.1972
Ensinamentos de Mao: revolução é um ato de violência
"A revolução não é o convite para um jantar, a composição de uma obra literária, a pintura de um quadro ou a confecção de um bordado, ela não pode ser assim tão refinada, calma e delicada, tão branda, tão afável e cortês, comedida e generosa. A revolução é uma insurreição, é um ato de violência pelo qual uma classe derruba a outra."
Mao e a REFORMA AGRÁRIA:
"Encontrou-se, em boa política, o segredo de fazer morrer de fome aqueles que, cultivando a terra, fazem viver os outros".
Conselho de Mao para tratar o Ocidente:
"A política é uma guerra sem derramamento de sangue, e a guerra uma política com derramamento de sangue" (Foto: Mao recebe o Secretario de Estado Kissinger e o presidente americano Ford).
Como a ideologia de Mao orienta o pragmatismo da China
O plano da China super-potência
“Mao esteve em condições de lançar, em 15 de junho [de 1953] seu plano de industrialização (...). O que Mao cuidava bem de não esclarecer era a natureza essencialmente militar desse plano, a qual iria ficar escondida, e ainda é muito pouco conhecida na China de hoje. A prioridade era dada à indústria das armas, e todos os recursos do país deviam ser consagrados para essa realização. O objetivo de Maoera que a China se tornasse uma superpotência para que quando ele falasse o mundo inteiro ouvisse”. (p. 414)
Fonte: Jung Chang e Jon Halliday, “Mao”, Gallimard, Paris, 2005, 843 p.
Mao: China centro tecnológico e militar da revolução mundial
Mao:
“Nós não devemos nos contentar com sermos o centro da revolução mundial, nós devemos nos transformar também no centro militar e tecnológico. Nós devemos armar os outros com armas chinesas, onde estará gravado nosso nome (...). Nós devemos nos tornar o arsenal da revolução mundial”. (p. 610-611)
Fonte: Jung Chang e Jon Halliday, “Mao”, Gallimard, Paris, 2005, 843 p.
Foto: Shangai
Mao e os empresários “úteis” para a Revolução Mundial
Foto: Hu Jintao e Bill Gates, 19/4/2006
“A coletivização da agricultura tornou o regime ainda mais totalitário. Na mesma época, Mao ordenou a nacionalização da indústria e do comércio nas zonas urbanas, a fim de concentrar a integralidade dos recursos para a realização de seu programa. Entretanto, os homens de negócios e os chefes de empresa não foram perseguidos como foram os proprietários agrícolas (...) ‘A burguesia, explicou Mao, é muito mais útil de que os proprietários de terras. Os burgueses possuem savoir-faire e qualidades de administradores’.” (p. 431) Fonte: Jung Chang e Jon Halliday, “Mao”, Gallimard, Paris, 2005, 843 p.
Mao: a China substituirá à Rússia na chefia da Revolução mundial
Foto: Politburo chinês, 80º aniversário, 1-7-2001
“Mao previa uma situação na qual, dizia ele, ‘os Partidos Comunistas do mundo inteiro não acreditarão mais na Rússia, mas acreditarão em nós’. A China então poderia se apresentar como ‘centro da revolução mundial’. (...) A idéia de erigir a experiência chinesa como modelo, enquanto milhões de chineses morriam de fome, poderia parecer uma gagueira. Mao, entretanto não tinha preocupação alguma, pois confiava nos filtros através dos quais os estrangeiros estavam autorizados a ver e ouvir a China. (...) Quando Mao, em plena fome, se espraiava em mentiras desavergonhadas diante de François Mitterrand ‒ “eu repito, para ser ouvido: não há fome na China” ‒ este engoliu tudo e chegou a escrever a que Mao “não era um ditador”, mas um “humanista”.” (p. 500-501).
Fonte: Jung Chang e Jon Halliday, “Mao”, Gallimard, Paris, 2005, 843 p.
Inscreva-se
Ambição suprema: dominar o mundo e unificá-lo sob sua bota
“A ambição suprema de Mao era dominar o mundo. Em novembro de 1968, ele confidenciava a Edward Hill, chefe do partido maoísta australiano: “’No meu ponto de vista, seria preciso unificar o mundo (...). No passado, muitas pessoas, especialmente, os mongóis, os romanos, (...) Alexandre Magno, Napoleão e o império britânico tentaram fazê-lo. Nos nossos dias, os Estados Unidos e a União Soviética quereriam os dois consegui-lo. Hitler queria unificar o mundo (...). Mas, todos fracassaram. Entretanto, me parece que há uma possibilidade que não desapareceu (...). No meu ponto de vista, podemos ainda unificar o mundo’. (...) “Os argumentos que ele apresentava repousavam unicamente no tamanho da população chinesa (...)”. “Para açular esta ambição planetária, Mao lançou-se em 1953 no seu programa de industrialização e de armamento, queimando etapas e assumindo riscos consideráveis no domínio nuclear. Neste sentido, o episodio mais assombroso aconteceu quando, o 27 de outubro de 1966, um míssil balístico munido de uma ogiva nuclear foi disparado por cima do noroeste da China e percorreu oito centos quilômetros sobrevoando várias cidades bastante importantes. Era a primeira vez que um país ousava uma experiência desta natureza, com o acréscimo de que o foguete era conhecido pela falta de fiabilidade, o que pôs em perigo de morte todas as populações que se encontravam na sua trajetória. Três dias antes, Mao em pessoa disse ao responsável de proceder ao lançamento, e que em caso de fracasso ele assumiria a responsabilidade. “Quase todas as pessoas engajadas no projeto esperavam uma catástrofe, e o pessoal da sala de controle achou que tinha chegado sua última hora. (...) Nesse caso, o ensaio foi um sucesso, e apressou-se em atribuí-lo ao ‘pensamento’ de Mao (...). Na realidade, foi um puro golpe de sorte. Todos os ensaios posteriores fracassaram pois o míssil se pôs a girar furiosamente sobre si próprio logo após ter decolado. (p. 609-610)” Fonte: Jung Chang e Jon Halliday, “Mao”, Gallimard, Paris, 2005, 843 p.
Mao: prazer com a bomba atômica
Foto: teste bomba hidrogênio chinesa“
Mao foi o único chefe de Estado do mundo que saudou com festividades a nascença desta arma de destruição massiva. Em privado, ele compôs dois versos de má qualidade: Bomba atômica explode quando lhe é dito de explodir.Ah, que alegria inefável! (p. 526) Fonte: Jung Chang e Jon Halliday, “Mao”, Gallimard, Paris, 2005, 843 p.
Genocídio para forçar a industrialização e o triunfo da revolução mundial
“Perto de trinta e oito milhões de pessoas morreram de fome ou de exaustão no curso dos quatro anos que durou o ‘Grande Salto avante’. Esta cifra, Liu Shao-Chi ele próprio, número dois de Mao, a confirmou (...) “Esta fome foi a pior do século XX ‒ e até de toda a História. Mao causou conscientemente a morte de essas dezenas de milhões de pessoas esfomeando-as e as esgotando pelo trabalho. (...) “Para dizer tudo, Mao previra um número de vítimas mais considerável ainda. Ainda que o 'Grande Salto' não tivesse por outro objetivo que eliminar chineses, Mao estava pronto para que houvesse hecatombes e fez entender aos dirigentes que eles não deveriam se mostrar chocados se aconteciam. “No Congresso de 1958, no qual foi dada a partida do ‘Grande Salto’, ele explicou a seu auditório que se pessoas morriam em conseqüência da política do Partido, não seria preciso se assustar, mas de se regozijar. (...) “A morte é verdadeiramente uma causa de regozijo (...). Dado que nos acreditamos na dialética, nos não podemos não ver nela senão um benefício”. “Esta filosofia, ao mesmo tempo despachada e macabra foi transmitida de degrau em degrau até os dirigentes de base. (...) “Nós estamos dispostos a sacrificar 300 milhões de chineses pela vitória da revolução mundial” declarou em Moscou em 1957, ou seja, a metade da população de então. Ele o confirmou diante do Congresso do Partido, o 17 de maio de 1958: “Não façam, pois, tantas histórias a propósito de uma guerra mundial. Na pior das hipóteses, ela causará mortes (...) a metade da população desapareceria (...) a melhor das hipóteses é que uma metade da população fique com vida, se não pelo menos um terço...” “Mao não pensava somente na guerra. Em 21 de novembro de 1958, evocando diante de seus conselheiros mais próximos, os projetos que exigiriam mão de obra enorme, como as campanhas de irrigação e o fabrico de aço, ele declarou, reconhecendo de modo implícito e quase boçal que os camponeses que não tinham o quê comer deviam se matar no trabalho: “Trabalhando desse modo, em todos esses projetos, a metade dos chineses deverão tal vez morrer. Se não é a metade, será tal vez um terço, ou um décimo ‒ digamos 50 milhões de pessoas”. (p. 478-479) Fonte: Jung Chang e Jon Halliday, “Mao”, Gallimard, Paris, 2005, 843 p.
A Revolução Cultural e a extinção da milenar cultura chinesa
“No fim de maio de 1966, Mao montou um novo organismo, o “Grupo restrito da Revolução cultural”, encarregado de organizar a purga. (...) “Em junho, Mao estendeu o terror ao conjunto da sociedade, fazendo dos jovens que freqüentavam escolas e universidades seus instrumentos primeiros. “Os estudantes foram encorajados a atacarem os professores e a todas as pessoas encarregadas de sua educação, com o pretexto de que uns e outros lhes tinham deformado o espírito com suas “idéias burguesas” (...) as primeiras vítimas foram os mestres e o pessoal administrativo dos estabelecimentos escolares porque eram eles que instilavam a cultura... “Em 2 de junho, colegiais de Pequim afixaram um cartaz assinado por um nome impactante: “os guardas vermelhos” ... “A prosa estava salpicada de fórmulas agressivas “A baixo os ‘bons sentimentos’!”, “Nós seremos brutais!”, “Nós vos derrubaremos e vos esmagaremos aos nossos pés!”. Mao tinha semeado o ódio e ia recolher os frutos desencadeando os piores instintos dos adolescentes que constituíam o elemento mais maleável e mais violento da sociedade”. (p. 556-557) Fonte: Jung Chang e Jon Halliday, “Mao”, Gallimard, Paris, 2005, 843 p.
Desprezo da vida de milhões para lograr seus objetivos
“A fome que grassou em toda a China de 1958 até 1961 [N.R.: “Grande Salto avante”] atingiu seu ponto culminante em 1960. Naquele ano, as próprias estatísticas do regime indicam que o consumo médio de calorias por dia caíra a 1.534,8. “Segundo um dos grandes apologistas do regime comunista, Han Suyin, as donas de casa nas aldeias tinham direito, no máximo, a 1.200 calorias por dia em 1960. “A título de comparação: em Auschwitz, os deportados condenados a trabalhos forçados recebiam diariamente entre 1.300 e 1.700 calorias; eles trabalhavam por volta de onze horas por dia, e a maioria dos que não conseguiam achar um pouco mais de alimento morriam no espaço de alguns meses. “Durante a fome, o canibalismo fez sua aparição. (...) Durante esse tempo, havia de sobra para comer nos armazéns do Estado, sob custodia do Exército. Deixava-se mesmo apodrecer certos produtos. (...) Uma ordem vinda do alto dizia: “Proibição de abrir a porta do armazém, ainda que a população esteja morrendo de fome” (p. 477) Fonte: Jung Chang e Jon Halliday, “Mao”, Gallimard, Paris, 2005, 843 p.
Extinguir a cultura e preparar a futura geração de líderes da China
foto: Hu Jintao“Depois das escolas, Mao ordenou aos guardas vermelhos espalhar o terror na própria sociedade (...). Em 18 de agosto, Lin Biao, do alto da porta Tienanmen, com Mao a seu lado, exortou os guardas vermelhos de todo o país a “acalcarem as quatro velharias ... o velho pensamento, a velha cultura, as velhas vestimentas e os velhos costumes”. Os jovens atacaram antes de tudo as lojas ... Tudo isso não era ainda suficiente para Mao. ‘Pequim não afundou suficientemente no caos (...) Pequim é civilizado de mais’, declarou ele o 23 de agosto. ... “A fim de espalhar o medo no mais fundo do país, Mao encorajou os jovens predadores a lançar operações punitivas contra pessoas cujo nome e endereço eram fornecidos pelas autoridades (p. 561) “Durante o verão de 1966, os guardas vermelhos devastaram todas as cidades sem exceção, grandes e pequenas, e algumas zonas rurais. Possuir livros ou o que quer que fosse que pudesse ser associado com a cultura era perigoso (...) “Mao conseguiu assim limpar os lares de todo sinal de civilização. Quanto ao aspecto das cidades, ele atingiu seu objetivo de longa data, que era tirar da vista de seus súbditos os vestígios do passado. Um grande número de monumentos históricos que tinham sobrevivido até lá à aversão geral, foram destruídos. Em Pequim, dos 6.843 que ainda estavam em pé em 1958, 4.922 foram reduzidos a pó.” (p. 563). Fonte: Jung Chang e Jon Halliday, “Mao”, Gallimard, Paris, 2005, 843 p.
O crime de massa ensinado às bandas de facínoras exaltados
“As autoridades organizaram “demonstrações de chacinas modelo”, a fim de explicar às pessoas como dar a morte com um máximo de crueldade e, por vezes, a polícia supervisionava a carnificina. Nesse clima de horror, uma forma política de canibalismo fez aparição em numerosas partes do interior, particularmente no condado de Wuxuan, onde um inquérito oficial, diligenciado após a morte de Mao, contou 76 vítimas. “Tudo começava geralmente numa manifestação de denúncias, esse grande clássico da era maoísta. A seguir, as vítimas eram massacradas e os pedaços seletos de sua anatomia ‒ coração, fígado, e às vezes, o órgão sexual ‒ lhes eram tirados, por vezes, antes mesmo de os infelizes entregarem a alma, e cozidos no local para serem comidos no curso de ágapes batizados ‘banquetes de carne humana’” (p. 587). Fonte: Jung Chang e Jon Halliday, “Mao”, Gallimard, Paris, 2005, 843 p.