Xi Jinping 'o próximo imperador(The Economist, outubro 2017). Entre as nomenklaturas comunistas e o alto capitalismo há curiosas consonâncias |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
Encerrou-se em Pequim a teatralização quinquenal máxima do XIX Congresso do Partido Comunista Chinês. O telão do teatro já baixou.
Como de praxe, as políticas que regerão a China nos próximos anos e as verdadeiras decisões já haviam sido tomadas antes.
A peça, encenada por 2.300 figurantes ou “representantes do povo”, foi executada ao pé da letra. Um só erro poderia acarretar a execução do infeliz discordante do coro.
A mídia oficial e estrangeira encheu o Ocidente com especulações animadas por indiscrições e subtis vazamentos, habilmente passados pelo Partido Comunista.
E o mundo pode julgar-se informado do que aconteceu no cenário.
Mas não ficará por certo sabendo das elucubrações enigmáticas dos manipuladores dos figurinos que nele se movem.
Em qualquer caso, a peça foi encenada para passar palavras de ordem sobre o futuro andamento da China.
No XIX Congresso do PC chinês, Xi Jinping ingressou no Olimpo marxista dos semideuses.
Nos outdoors, estações de trem e paradas de ônibus, seu enigmático sorriso diz: “Agora Big Brother sou eu”.