O Test behind the Great Firewall of China, confirmou mais uma vez que nosso blog ESTÁ BLOQUEADO NA CHINA. A máquina repressiva impede o acesso em Pequim (confira); em Shangai (confira); e agora em Guangzhou (confira). Hong Kong é a exceção (confira). Enquanto Pequim não cobrar medidas coercitivas dos seus correligionários brasileiros ou da Teologia da Libertação, este blog continuará na linha católica anti-comunista, pelo bem do Brasil. MAIS

terça-feira, 2 de junho de 2015

Bolivarianismo se põe aos pés de uma China
que estadeia bilhões que não tem

Dilma e Li Keqiang prometendo o que não tem e que não vai dar.
Dilma e Li Keqiang prometendo o que não tem e que não vai dar.
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs






O premiê chinês Li Keqiang passou pela América Latina agitando promessas mirabolantes. No Brasil, acenou com um faiscante pacote de projetos no valor de US$ 53 bilhões (R$ 160 bilhões).

É claro que nada será grátis e, como o Brasil não tem dinheiro nas quantidades requeridas, o dirigente comunista assume ares de um super-gato olhando de cima para um mísero rato que ele deseja astutamente engolir.

Mas o que tampouco está claro é se a China possui o dinheiro que diz ter, de tal maneira são graves as dúvidas sobre a saúde financeira do gigante asiático, que não exibe suas contas de modo convincente. Nesse caso o super-gato não passa de uma fantasia de papel crepe, como gostam os chineses.

A promessa de maior destaque é uma eventual participação chinesa na Ferrovia Transoceânica que ligaria a nossa Ferrovia Norte-Sul à costa do Pacífico, no Peru, com um custo estimado entre 4,5 e 10 bilhões de dólares.

Mas a Transoceânica não é o único projeto acenado por Li Keqiang. Ele assinou em Brasília 35 atos, levantando o sonho de investimentos em infraestrutura e de aumento da capacidade produtiva do Brasil.

Isso permitirá que o País “exporte mais aço e menos minério de ferro”, sonhou de olhos abertos o embaixador José Alfredo Graça Lima, subsecretário-geral de Política 2 no organograma do Itamaraty, responsável pelas relações com a Ásia.

E o termo “sonho” usado pela Folha de S. Paulo (12/05/2015) foi bem apropriado, pois, como informou o mesmo jornal, as “promessas não cumpridas da China somam US$ 24 bilhões” e muito pouco se pode dizer das promessas cumpridas (22/05/2015).

Lia Valls, pesquisadora do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas, mostrou-se cética em relação à realização de investimentos na casa dos US$ 50 bilhões anunciados pelos chineses no Brasil (cfr O Estado de S.Paulo).

Centenas de milhões de chineses vivem na miséria enquanto o governo socialista diz se interessar pelo desenvolvimento dos outros. Foto: rua de Pequim.
Enigma chinês: centenas de milhões de chineses vivem na miséria
enquanto o governo socialista diz se interessar
pelo desenvolvimento dos outros. Foto: rua de Pequim.
O que pode haver fora de uma intenção colonialista ideológica?
Ela ressaltou que uma coisa é a intenção e outra coisa é detalhar como serão feitos os projetos.

“O diabo mora nos detalhes. Precisa ver como é que será feito, se isso vai se concretizar mesmo”. E o socialismo chinês mora à vontade nesses detalhes.

“Muitas coisas são memorandos de entendimentos, protocolos, acordos de cooperação. Isso significa que você vai detalhar o que é isso. Todos esses US$ 50 e tantos bilhões na realidade ainda vão ter uma outra etapa que é detalhar como será feito esse acordo.

“Uma coisa é intenção e outra coisa é quando você senta para detalhar como será feito, como será construído. O diabo mora nos detalhes. Tem de olhar para ver se isso vai se concretizar mesmo. Não é tão óbvio que vão bancar isso tudo, não”, acrescentou.

Li Keqiang classificou pomposamente os 35 acordos assinados entre o Brasil e a China como uma “cooperação entre dois gigantes”. Segundo ele, a parceria e os equipamentos de infraestrutura chineses permitirão ao Brasil “avançar mais rapidamente”, noticiou O Estado de S. Paulo.

Mas a prudência e a experiência histórica apontam que há demasiada lábia nessas expressões de “diabo” morador em detalhes.

Em Barreiras (BA), um megaprojeto de processamento de soja parou na terraplanagem. No porto do Açu (RJ), a siderúrgica Wisco desistiu de ter uma unidade no Brasil. Em Mato Grosso e no Pará, o acordo para o financiamento de uma ferrovia está parado há três anos.

Foram projetos bilionários com capital chinês, anunciados com estardalhaço nos últimos cinco anos, mas que nunca saíram do papel.


“Negócio da China” saiu ao revés

E o diabo dos detalhes é tal, que o imbróglio chinês não se restringe às grandes obras não realizadas. Em setembro de 2014, o jovem Daniel Falco, de Belo Horizonte, comprou um caminhão T140 na concessionária Jac Motors.

Pagou à vista, mas até maio de 2015 não o tinha recebido, conforme declarou ao jornal “O Tempo” (25-05-2015).

A explicação do gerente foi de que o veículo havia sido vendido para outra empresa, depois houve um cancelamento, mas o documento já havia sido emitido.

Mas isso não impediu que o jovem devesse pagar, em fevereiro, o IPVA de 2015 do caminhão, com a promessa de liberação do mesmo em 48 horas...
Somadas, essas promessas não cumpridas ou redimensionadas para baixo acumulam ao menos US$ 24 bilhões sumidos nos endiabrados detalhes, segundo levantamento da Folha.

No ramo automotivo, alguns fabricantes de automóveis ainda não implantaram os trombeteados projetos industriais no Brasil – casos da Lifan, da Hafei e da Zotye.

Outros investimentos acabaram sendo pagos com dinheiro brasileiro. Em Camaçari (BA), onde a JAC Motors planeja uma fábrica de R$ 1 bilhão, a obra está parada à espera de um financiamento estadual de R$ 122 milhões.

A fábrica da Foton Caminhões, que está sendo erguida em Guaíba (RS), todo o capital de R$ 400 milhões saiu do bolso dos brasileiros; a China entrará com a tecnologia. Será própria ou surripiada de outros? O diabo dos detalhes sabe.

No caso da soja, um dos principais produtos de exportação brasileira para a China, investimentos de pelo menos US$ 8,7 bilhões –que incluiriam compra de terras e infraestrutura para escoamento – não se materializaram.

Em telecomunicações, a visita da presidente Dilma Rousseff à ZTE, em Xian (China), em 2011, não foi suficiente para a empresa implantar uma fábrica de US$ 200 milhões em Hortolândia (SP).

O Brasil tampouco conseguiu atrair os chineses para grandes obras de infraestrutura. As empresas de Pequim são pouco receptivas ao modelo de concessão e à participação em licitações, acostumadas como estão ao sistema dirigista do socialismo chinês.

O Planalto não teve êxito, por exemplo, em envolver Pequim no projeto do trem-bala entre Campinas e Rio, várias vezes adiado.

Por outro lado, a Huawei cumpriu a promessa – mirabile dictu – de abrir um centro de pesquisa e desenvolvimento em Campinas (SP), orçado em US$ 300 milhões.

Esses antecedentes provocaram ceticismo sobre os anúncios do primeiro-ministro Li Keqiang, como a construção da ferrovia transoceânica e a criação de um fundo de investimento de até US$ 53 bilhões.

Linda visita da presidente Dilma Rousseff à ZTE, em Xian, não rendeu nada.
Em julho de 2014, durante a visita do presidente da China, Xi Jinping, o governo brasileiro anunciou um “acordo de cooperação estratégica” entre a estatal Furnas e a gigante chinesa China Three Gorges para erguer a hidrelétrica de São Luiz do Tapajós, no Pará, projeto estimado em mais de R$ 30 bilhões.

Até hoje a usina não teve a sua viabilidade ambiental comprovada, registrou O Estado de S. Paulo.

O discurso triunfal em torno do projeto de construir uma ferrovia binacional unindo o Brasil e o Peru, o Atlântico e o Pacífico foi típico. É o exemplo mais claro da distância que ainda separa os protocolos de intenção assinados com os chineses e aquilo que, efetivamente, tem chances reais de vingar, ainda que a longo prazo, acrescentou o jornal.

Levantamento da Folha mostrou que apenas 14 dos 35 acordos recém-assinados têm recursos assegurados e compromissos mais firmes.

A exceção de destaque foi que o governo brasileiro deu ganho de causa à empresa chinesa CEIEC, que levou a licitação para construir a nova estação científica “Comandante Ferraz”, na Antártida, por US$ 99,662 milhões, segundo noticiou O Estado de S. Paulo. Mas, neste caso é o Brasil que paga.

A China levou de presente a licitação da base brasileira na Antártida que serve a seus interesses militares.
A China levou de presente a licitação da futura base brasileira na Antártida
que serve a seus interesses militares.
O resultado foi o maior sucesso oferecido pela presidente Dilma Rousseff ao eminente chefe chinês no Palácio do Planalto. E os chineses comemoraram sua vitória sobre o consórcio brasileiro-chileno Tecnofast/Ferreira Guedes.

O Brasil precisa da base e não podia continuar demorando. Mas a China está empenhada em instalar uma rede global de comunicações com satélites de uso também militar. Nesse sentido, ela apressa a construção de uma misteriosa base na Patagônia, à qual os argentinos não terão acesso.

Essa rede serve diretamente ao sonho chinês de hegemonia militar mundial e de oposição aos EUA. Compreende-se que Pequim tenha a intenção de fazer algo de fato.

Li Keqiang visitará também o Chile, o Peru e a Colômbia, com análogos métodos propagandísticos e intuitos políticos.

O golpe de guerra psicológica de conquista sem disparar um só tiro está sendo obtido graças à cooperação dos “companheiros de viagem” petistas ou nacionalistas bolivarianos.


terça-feira, 12 de maio de 2015

Pequim monta ilhas artificiais
e atiça conflitos no Mar da China

Nuvem de barcos chineses joga areia sobre corais de Mischief para forjar ilhas. Foto Digital Globe.
Nuvem de barcos chineses joga areia sobre corais de Mischief para forjar ilhas.
Foto Digital Globe.



Novas fotografias satelitais revelaram a extensão das ilhas artificiais que Pequim está construindo no Mar da China, visando disputas territoriais com os vizinhos, escreveu The Telegraph, de Londres.

Tiradas durante várias semanas, as fotos flagraram navios chineses dragando o fundo do mar para transformar em “terra firme” cerca de 1,5 milhas quadradas de bancos de corais semi-submersos e ali construir prédios.

As imagens – capturadas pela DigitalGlobe, firma comercial provedora de imagens satelitais – foram analisadas pelo Center for Strategic and International Studies - CSIS, de Washington, e mostram um banco de coral a oeste das disputadas ilhas Spratly, cuja soberania é reclamada pelos seguintes países: Brunei, Malásia, Filipinas, Taiwan e Vietnã.

terça-feira, 5 de maio de 2015

O exemplo da China: Estado Islâmico
extrai à força órgãos de prisioneiros vivos

Hu Jie, 25, aceitou ser doador de órgãos, mas mudou de ideia. Não adiantou. Tiraram-lhe um rim com base no papel assinado.
Hu Jie, 25, aceitou ser doador de órgãos,
mas mudou de ideia. Não adiantou.
Tiraram-lhe um rim com base no papel assinado.



O diplomata iraquiano Mohamed Alhakim denunciou na ONU que o Estado Islâmico (EI, ou ISIS) arranca órgãos vitais de suas vítimas para contribuir no financiamento da organização terrorista, escreveu o Epoch Times.

Alhakim fez a denúncia sobre a extração forçada de órgãos em uma reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

O ISIS pratica terríveis métodos de execução de seus prisioneiros, como decapitações, crucifixões ou incineração de pessoas vivas. Mas também copia o perverso esquema do Partido Comunista Chinês.

Segundo Alhakim, corpos encontrados em valas comuns evidenciam partes retiradas através de incisões cirúrgicas. Os órgãos teriam sido vendidos para lucro do Estado Islâmico.

Na China, as alegações da extração forçada de órgãos remontam a 2006. Os órgãos são vendidos por mais de cem mil dólares a estrangeiros e chineses ricos, em hospitais estatais. As vítimas são prisioneiros de consciência como cristãos, tibetanos, uigures, ativistas de direitos humanos.

A China promove o “turismo de transplantes”, destinado a estrangeiros ricos que viajam para fazer transplantes por vias imorais, porém mais em conta.

Ethan Gutmann, analista especializado em China e investigador de direitos humanos, autor do livro O Massacre: Assassinatos em massa, extração forçada de órgãos, e a solução secreta da China para o seu problema de dissidentes, calcula que mais de 65 mil opositores chineses sofreram essa cruel forma de extermínio.

terça-feira, 28 de abril de 2015

Corrupção generalizada, instrumento da opressão maoista

O miliardário Liu Han associado aos círculos do poder foi a vítima escolhida para distrair as atenções.
O miliardário Liu Han associado aos círculos do poder
foi a vítima escolhida para distrair as atenções.


No mês de fevereiro de 2015 o governo socialista de Pequim ordenou a execução de cinco empresários que haviam formado grandes fortunas, informou o site FranceTVinfo.

Entre eles, o miliardário da indústria mineira Liu Han, seu irmão e três sócios.

É impossível formar uma grande fortuna sob um regime socialista nivelador sem ter importantes cumplicidades com o seu sistema hegemônico.

As desigualdades econômicas são incompatíveis com o socialismo e essa foi a causa invocada pelos ideólogos marxistas para produzir a maior chacina da História.

terça-feira, 31 de março de 2015

Produtos Apple feitos em condições inumanas

Operários exaustos na linha de produção do iPhone
Operários exaustos na linha de produção do iPhone


Reportagem da BBC apontou que as fábricas de onde saem os produtos Apple não cumprem com as condições básicas de humanidade prometidos pela empresa.

O serviço apontou que na linha de produção do iPhone 6, as promessas de proteger os trabalhadores são violadas rotineiramente.

A investigação jornalística encontrou violações em matéria de horas de trabalho, dormitórios, reuniões extras e jovem idade dos empregados.

A Apple tentou se desculpar manifestando forte desacordo com as conclusões da investigação da BBC.

Porém, as imagens estão aí: trabalhadores exaustos que caem dormidos após períodos de 12 horas nas fábricas de Pegatron, na periferia de Xangai.

Um repórter não identificado passou a trabalhar numa fábrica de componentes para computadores Apple e teve que trabalhar 18 dias sem interrupção a despeito de repetidas solicitações de um dia de intervalo.

terça-feira, 24 de março de 2015

China vira campeã dos atentados ao Direito
e da repressão na Internet

Policial impede fotos durante prisão de manifestantes
Policial impede fotos durante prisão de manifestantes



O presidente comunista chinês, Xi Jinping, acaba de ganhar o indesejável prêmio de maior violador dos direitos humanos, segundo se depreende de um balanço da ONG Human Rights Watch (HRW).

O argumento em favor da premiação foi que o governo chinês por ele presidido lançou desde março de 2013 “um ataque espetacular contra os direitos humanos fundamentais, com uma ferocidade inédita há anos”, escreveu o diário de Paris “Le Figaro”.

quarta-feira, 18 de março de 2015

Sonho de Mao: chineses empreendem a conquista da África

A China deita a mão na infraestrutura africana
A China deita a mão na infraestrutura africana
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs








Habilidosamente, a China está tomando conta da infraestrutura básica do continente africano, apontou Sébastien Le Belzic, especialista em relações sino-africanas e correspondente do jornal “Le Monde” em Pequim.

Estradas, autoestradas, aeroportos e vias férreas: a China está ficando com uma malha de vias de comunicação que perpassa toda a África e serve à maravilha aos interesses do imperialismo chinês.

A preferência é pelas rotas por onde circulam as matérias-primas africanas.

Em Pequim, a China e a União africana (UA) fecharam um acordo sobre um vasto projeto de infraestrutura para ligar as capitais africanas por meio de autoestradas, trens de alta velocidade e conexões aéreas.

“Foi o projeto mais importante jamais assinado pela União Africana”, disse o presidente da Comissão da UA, Nkosazana Dlamini-Zuma.
É o “acordo do século”, exultou o vice-ministro das Relações Exteriores da China, Zhang Ming, já prelibando o objetivo da hegemonia mundial chinesa sonhada por Mao Tsé-Tung.

Pequim já construiu 2.200 quilômetros de trilhos no continente e outros 1.000 estão em obras. Empresas chinesas constroem linhas desde a capital etíope, Addis Abeba, Djibuti, Nairobi e Mombasa até o Quênia, bem como em cidades da costa nigeriana do outro lado do continente.

O primeiro ministro chinês Li Keqiang e  o presidente da Quênia Uhuru Kenyatta  aplaudem acordo ferroviário em Nairobi
O primeiro ministro chinês Li Keqiang e
o presidente da Quênia Uhuru Kenyatta
aplaudem acordo ferroviário em Nairobi
Só em Quênia há 5.000 operários chineses trabalhando. Em Angola, a China Railway Construction (CRC) completou a linha que liga o porto de Lobito à rede férrea de Katanga, na República Democrática do Congo.

Mais de 20 milhões de toneladas de matérias-primas passam por ela todo ano. Os trabalhos custaram 1,83 bilhões de dólares a Angola.

Mas o cimento, os trilhos, os instrumentos de comunicação e uma grande parte da mão-de-obra vieram da China.

A CRC ganhou também um mega-contrato de 12 bilhões de dólares, para construir na Nigéria uma linha férrea que percorre as extensas e ricas costas do país, numa extensão de mais de 1.400 quilômetros.

A China já possui o equivalente à metade da rede de trens de grande velocidade do planeta, embora sua qualidade seja discutível, e prossegue assinando contratos para construir mais.

Trata-se de uma “diplomacia dos transportes”, diz Sébastien Le Belzic. O sonho é de que por volta de 2063 a África seja um continente “unificado e próspero”. Mas o sonho tem um preço: o jugo chinês.

O financiamento é garantido pela China, que banca de inocente fada.

O Exim Bank chinês adianta os meios para o conjunto das obras, e Pequim empresta mais dinheiro à África do que o Banco Mundial.

Até que ponto isso seja uma miragem de números sem fundamento sólido na misteriosa China, ninguém sabe.

A China deita a mão na infraestrutura africana
A China deita a mão na infraestrutura africana
Mas, em matéria de finanças, a ilusão por vezes vale mais do que a realidade, e ninguém quer aprofundar seriamente o problema, de medo de descobrir algo assustador.

Há muitas críticas econômicas na África: pilhagem de matérias-primas, neocolonialismo, etc.

Mas nenhuma delas vai ao cerne do problema: o projeto chinês de uma hegemonia maoísta-marxista universal a qualquer preço material e humano.

Pequim prevê a construção de sete grandes portos no continente: em Djibuti, na Tanzânia, em Moçambique, no Gabão, em Gana, no Senegal e na Tunísia.

Segundo Sébastien Le Belzic, para o continente será como um colar de pérolas pago com um empréstimo de 40 bilhões de dólares adiantados diretamente pelo governo chinês.

Até o dia em que os infelizes enganados descobrirem que o colar era a corda com que os herdeiros de Mao iriam enforcá-los.

domingo, 15 de março de 2015

“Nacionalistas” abrem as portas da Argentina
e da América do Sul ao comunismo chinês

O presidente chinês Xi Jiping assina acordos na Casa Rosada. A seu lado, o vicepresidente argentino Amado Boudou, hoje indiciado pela Justiça.
O presidente chinês Xi Jiping assina acordos na Casa Rosada com
o vicepresidente argentino Amado Boudou, hoje indiciado pela Justiça.



Os acordos argentinos com a China vão além da economia e ameaçam a soberania territorial e comunicacional. E por obra de um governo que se diz nacionalista, serve à maravilha às conveniências do comunismo chinês.

Os acordos concedem benefícios únicos à China em matéria de energia, minerais, manufaturas, agricultura e centros de investigação e desenvolvimento.

Não há contrapartidas, que são habituais nesses acordos, como transferência tecnológica.

Os chineses poderão negociar e inverter, sem necessidade de informar o país hóspede. Funcionários do governo populista argentino também poderão assinar acordos complementares específicos sem licitação pública. E, para completar, os chineses serão beneficiados com isenções tributárias federais, estaduais e municipais.

Eis os pontos mais relevantes conhecidos dos acordos:

1) 4,714 bilhões de dólares para as barragens Kirchner e Cepernic, já adjudicadas à Electroingeniería S.A., empresa ligada a figuras do governo nacionalista.

2) Convênio com o Banco Central – SWAP de moedas locais por um valor equivalente a 11 bilhões de dólares. Só que em yuans, e, portanto, não podendo ser convertidos em dólares, o que obriga a Argentina fazer comércio exclusivamente com o gigante comunista asiático.

3) 2,099 bilhões de dólares para restaurar a sucateada ferrovia Belgrano Cargas. As obras já estão adjudicadas à equipe de discípulos ideológicos do regime.

Base chinesa na Patagonia foi sendo construída ilegalmente.  O regime "nacionalista" sarou as ilegalidades.  A base será uma "ilha legal, trabalhista, policial e tributária" chinesa no país.
Base chinesa na Patagonia foi sendo construída ilegalmente.
O regime "nacionalista" sarou as ilegalidades.
A base será uma "ilha legal, trabalhista, policial e tributária" chinesa no país.
4) Aquisição de 11 navios chineses por um total de 423 milhões de dólares.

5) Acordo nuclear para a construção de um reator de água pesada e uma central nuclear, tecnologias que a Argentina já domina.

6) Acordo para que a petrolífera estatal YPF e o Banco Nacional de Desenvolvimento da China trabalhem as imensas jazidas da gás de xisto na Patagônia.

7) Investimentos em empresas públicas e privadas. Só na província (estado) de Neuquén estão sendo montadas instalações gigantes de comunicações em região fronteiriça com o Chile, construídas e manipuladas por pessoal chinês.

O objetivo declarado é acompanhar os foguetes e satélites civis chineses, mas também poderá servir para os mísseis militares da China ou de outros países, além de espionar a atividade de satélites dos EUA ou de países que competem com a China.

Na província de Rio Negro já foram concedidos 320.000 hectares para a empresa estatal Heilongjiang Beidahuang State Farmis Business Trade Group Co. LTD, com múltiplas isenções tributárias.

Dessa maneira, o governo, que vive tripudiando contra a classe do proprietários agro-industriais, a qual, segundo ele, estaria entregando o país aos EUA ou à Grã-Bretanha, entrega terras aos seguidores de Mao Tse Tung e permite que eles levem alimentos, minérios, combustíveis etc.

Nacionalismo bolivariano clama 'patria o buitres' contra os países livres e aperta a mão do grande abutre comunista do Oriente.
Nacionalismo bolivariano clama 'patria o buitres' contra os países livres
e aperta a mão do grande abutre comunista do Oriente.
Os acordos comprometem a Argentina em até 30 anos e, em caso de rescisão, as indenizações serão multimilionárias.

Para “O Estado de S. Paulo” (18-1-2015), a China obteve “assustadoras vantagens em áreas essenciais” e “as empresas chinesas terão vantagens inéditas” como a importação de insumos sem tarifas alfandegárias.

Operários chineses serão levados para a Argentina e trabalharão sob a legislação chinesa, fugindo da legislação, controles e impostos nacionais.

O acordo reproduz o mesmo modelo adotado pela China em acordos com Angola e Nigéria.

Dessa maneira, o acordo “abre a porta da América do Sul à China”, pois seus efeitos terão impacto na indústria brasileira, que terá de aceitar produtos chineses “made in Argentina”.

Mas o governo brasileiro não se queixa. Fossem os EUA ou algum país ocidental, o alarido bolivariano ecoaria por todo o continente.


quarta-feira, 11 de março de 2015

Habitantes de Hong Kong emigram
após repressão antidemocrática

Pequim reprimiu as manifestações pelas liberdades democráticas.
Os cidadãos procuram o exílio antes de padecer sob a ditadura



É cada vez mais numeroso o contingente de habitantes que abandona a cidade de Hong Kong, decepcionados com o rumo impresso à região pela administração especial apontada por Pequim, informou o site Quartz.

Após meses de protestos em favor do sufrágio universal, reprimidos por ordem de Pequim, milhares de residentes de Hong Kong empreenderam o êxodo

Em primeiro lugar os que possuem o estatuto de Cidadão Britânico de Ultramar, o qual lhes confere o direito de ingressar no Reino Unido sem visto. Estes estão solicitando a residência no país europeu, segundo a agência AFP.

Uma sondagem feita para a Universidade Chinesa de Hong Kong quando estavam começando os protestos, mostrou que um de cada cinco residentes estava considerando a hipótese de emigrar.

Outros escolhem destinos mais próximos de seu país, como a Malásia e a Coreia do Sul. Nos últimos dez meses de 2014, 6.400 residentes de Hong Kong e Macau migraram para Taiwan. O dobro do ano anterior.

terça-feira, 3 de março de 2015

Regime tenta reanimar jovens desinteressados pelo socialismo

Jovens estudantes não se interessam pelo modelo comunista mas sim pelos modelos ocidentais.
Jovens estudantes não se interessam pelo modelo comunista
mas sim pelos modelos ocidentais.


O presidente chinês Xi Jinping já não sabe o que excogitar para o país se interessar pelo socialismo maoísta oficial.

Agora pediu maior “direção ideológica” nas universidades chinesas e exigiu o estudo do marxismo, segundo espalhou a mídia estatal.

Simultaneamente, o regime restringe o acesso à ideologia ocidental. Sinal de que o marxismo não está atraindo nem convencendo as gerações das quais depende o futuro.

A reclamação ranzinza de Xi foi o mais recente sinal de sua agenda repressora aplicada numa escalada no controle da imprensa, dos dissidentes e da Internet, noticiou a agência Reuters.

O presidente socialista parece dizer: ‘Se eles não se convencerem, baixai o porrete neles e tampai sua boca’.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Universitários chineses querem Santo Tomás de Aquino

A Revolução Cultural comunista visou desmoralizar e extinguir as elites cultas e religiosas
A Revolução Cultural comunista visou desmoralizar
e extinguir as elites cultas e religiosas



Mao Tsé Tung prometeu erradicar a superstição (leia-se a religião) pela raiz. Quer dizer, pela extinção das desigualdades sociais.

Na ótica marxista, o inferior olha para o seu superior e imagina que esse superior tem por sua vez um superior, e que este tem um outro, até chegar ao Superior Supremo que é Deus.

Se todo mundo for igual, desaparece esse raciocínio, que é a mãe de todas as superstições, e os homens esquecem-se de Deus.

Assim ele chacinou uma centena de milhões de chineses, segundo o Livro Negro do Comunismo. Mandarins, intelectuais, artistas, mestres, tudo o que era superior ia para a fossa comum.

Seus sucessores puseram-se a construir o sonho de Mão sobre um imenso cemitério: a sociedade sem classes e sem superstições. Nasceu assim a China de hoje.

E no que deu?

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Palitos de dente fabricados sem higiene
em campos de trabalho forçado chineses

Palitos de dente produzidos no centro de detenção de Changliu.


No centro de detenção de Wangfangdian, ao sul da província de Liaoning, os detentos são forçados a trabalhar por longos períodos de tempo, segundo noticiou “Epoch Times”.

Entre seus produtos há palitos de dente de cores variadas, do tipo usado em restaurantes, hotéis e residências. Porém, os detentos que os fabricam se negam a utilizá-los, já que estão completamente conscientes das terríveis condições de higiene nas quais são produzidos.

No Ocidente, líderes da esquerda, eclesiástica ou temporal, deblateram contra as desigualdades sociais, econômicas e as condições de trabalho no capitalismo. Mas nada dizem do que acontece nos países socialistas, fingindo ignorar fatos como os sucedidos em Wangfangdian.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Greves e protestos atingiram recorde
nas fabricas chinesas em 2014

Mais de 2.000 operários da IBM em greve numa fábrica em Shenzhen



Em 2014, os operários especializados da construção e das novas fábricas, mineiros, professores e caminhoneiros chineses fizeram 1.378 greves e protestos, segundo o Labour Bulletin, editado em Hong Kong e ecoado pelo site Quartz.

Foi o dobro de protestos em relação ao ano anterior. O aumento foi mais sensível no último trimestre, com 569 manifestações, três vezes mais do que no mesmo período em 2013.

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

China desafia vizinhos e constrói base
em ilha semi-artificial em área conflitiva

Andamento da ilha artificial, futura base do Exército do Povo
Andamento da ilha artificial, futura base do Exército do Povo
Flagrantes capturados por satélite mostram como a China está construindo uma ilha artificial sobre recifes no disputado arquipélago Spratly.

A ilha visa receber aviões que voam no conflitivo setor sul do Mar da China, denunciou a ‘IHS Jane’s’, uma das mais acatadas revistas de defesa do mundo, citada por “The Telegraph”.

Rico em minérios, o arquipélago é reclamado por Taiwan, Malásia, Filipinas, Vietnã e Brunei.

As fotos publicadas por ‘IHS Jane’s’ mostram uma ilha artificial de 3,13 km de extensão por uma largura que oscila entre 2 e 3 km.

Os recifes do local – conhecido como Fiery Cross Reef em inglês – estavam sob a água, mas a marinha de guerra chinesa está construindo uma plataforma de concreto. A base parece destinada a albergar uma guarnição chinesa, armamento antiaéreo, defesas especiais e equipamentos de comunicação.

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Vigilância total da população se torna realidade na China

Luis Dufaur



O regime chinês está espiando cada cidadão chinês, incluindo os principais líderes do Partido Comunista Chinês (PCC), segundo um artigo do website chinês Creaders.net, sediado em Vancouver, que expõe o programa de espionagem nacional. A reportagem é de Joshua Philipp e foi publicada pelo Epoch Times.

O programa secreto, dirigido pelo Ministério da Segurança Pública do regime chinês, é chamado de “Megainteligência”.

A Rádio Som da Esperança (SOH) cita Wang Lijun, o ex-chefe da Secretaria de Segurança Pública de Chongqing, China, dizendo que o programa de vigilância leva 12 minutos para verificar todos os 1,3 bilhão de chineses, 4 minutos para verificar cada pessoa na lista negra da China, e 3,5 minutos para verificar a carteira de motorista de cada pessoa na China.

O programa está em operação há cerca de 10 anos e o regime chinês tem mantido sigilo total, segundo a SOH. E afirma: “Os especialistas acreditam que este projeto cobre todo o país.”

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Mais um “milagre” da Reforma Agrária: degradou 40% das terras chinesas

Num grande vaso antigo vemos reproduzida
intensa atividade agropecuária,
charretes carregadas de produtos da terra,
grande atividade comercial e fluvial
numa natureza poeticamente preservada.
Luis Dufaur


Mais de 40% das terras aráveis chinesas se encontram degradadas após décadas de exploração socialista, deplorou a agência oficial de imprensa China Nova, citada pela agência Reuters.

O povo chinês é rico em qualidades dos mais variados tipos, as quais podem ser apreciadas em incontáveis e admiráveis obras de arte.

Nas refinadas cerâmicas, nas delicadas pinturas, nos maravilhosos marfins, podemos contemplar, descrita em seus menores detalhes, a vida agrícola chinesa de séculos passados.

Toda ela está impregnada de espírito familiar e senhoril.

Nessas imagens, vemos refletida uma arte realista e requintada, uma vida no campo farta, poética, de uma riqueza surpreendente.

E além de preservar como que por instinto uma natureza única, vemos o trabalhador chinês bem alimentado, contente, e paradoxalmente contemplativo e pletórico de bens.
Que espécie de feitiço caiu sobre essa nação a ponto de arrasar a própria terra?

A terra negra e fértil da província de Heilongjiang, no norte da China, diminui em extensão, diz a agência do governo.

As terras agrícolas do sul estão entregues à acidificação, acrescenta a agência, que cita por sua vez estatísticas do Ministério da Agricultura.

terça-feira, 28 de outubro de 2014

China exporta cada vez mais instrumentos de tortura

Algemas para os pés com pesos fabricadas na China em 2009
Algemas para os pés com pesos fabricadas na China em 2009
Luis Dufaur

A China fabrica e exporta cada vez mais equipamentos para tortura, utilizáveis por esquadrões especiais de polícia, incluindo material concebido para a repressão de populares e a violação de direitos humanos, noticiou o jornal “El País”, de Madri.

Segundo a organização não governamental Anistia Internacional e a Fundação Ômega, da Espanha, há hoje mais do que nunca, empresas chinesas fabricando esses instrumentos de terror e de dor.

Muitas dessas empresas são de propriedade estatal e oferecem “ferramentas de tortura”, como cassetetes com pregos ou algemas com pesos.

A China não tem, e pelo jeito não quer ter, controles que regulem ou supervisem o uso e a exportação desse material perverso.

O relatório de ditas instituições – O comércio chinês de instrumentos de tortura e repressão – identificou 134 empresas produtoras (48 delas também são exportadoras), enquanto uma década atrás só existiam 28.

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Chineses renunciam cada vez mais ao Partido Comunista

A charge tenta apresentar a felicidade dos chineses
que renunciam ao Partido Comunista Chinês
em contraste com o edifício decrépito e em ruínas do regime
Luis Dufaur

Um número cada vez maior de chineses está fazendo questão de publicar sua renúncia ao Partido Comunista Chinês (PCC) e a suas organizações afiliadas, noticiou o jornal online Epoch Times.

Está em curso uma campanha de renúncia ao Partido que levou mais de 176 milhões de chineses a abandonarem o comunismo desde 2004. Até certo tempo atrás, muitos cidadãos usavam pseudônimos na hora de renunciar, temendo compreensíveis retaliações do Partido Comunista. Porém, esse medo está se evaporando.

Voluntários do ‘Centro Global de Serviços de Renúncia ao Partido’ receberam muitas ligações de ex-membros do PC pedindo que fosse anunciada publicamente sua renúncia e usando nessa ocasião seus nomes verdadeiros.
“Este é um sinal de coragem do povo chinês”, disse um voluntário do centro. “De fato, fazê-lo requer uma tremenda coragem, especialmente para aqueles que vivem na China.”

“Muitos deles são funcionários do governo. Eles souberam dessa campanha em viagens de negócios ou enquanto estavam em férias fora da China. Então, eles nos telefonaram, pedindo que os ajudássemos a abandonar o Partido Comunista.”

“Antes, muitas pessoas estavam dispostas a renunciar ao Partido, mas usavam pseudônimos. Recentemente, a situação mudou.”

“Um senhor de Pequim me disse há poucos dias pelo telefone que conseguiu um livreto de nossos voluntários num ponto turístico no exterior. Ele o leu no hotel e ficou chocado com os fatos revelados.”
A perseguição religiosa em curso na China é uma das motivações mais mencionadas pelos corajosos chineses que repudiam o odiento socialismo de Estado.

terça-feira, 14 de outubro de 2014

Abutres e abutres: o chinês sai ganhando com a simpatia do argentino

E se o abutre estiver onde diz não estar?
Por vezes, o esquerdismo demagógico parece esquecer o raciocínio e cai em flagrantes ridículos.

É o caso, por exemplo, do slogan “Pátria ou abutres”, que o governo populista argentino mandou seus seguidores cantarem.

Num comício encomendado pelo governo de Cristina Kirchner e definido como “antioligárquico e anti-imperialista”, os diaristas do partido cantaram contra os “fundos abutres”.

Esta é a forma deselegante com que o governo argentino se refere aos fundos de investimentos que não aceitaram as reestruturações leoninas dos títulos da dívida pública.

Esses fundos obtiveram de tribunais internacionais o pagamento de seus títulos no valor integral de 2001, quando a Argentina deu o calote. O julgamento da Justiça desatou a cólera dos dirigentes socialo-populistas.

Os organizadores do comício contra os “abutres” também leram mensagem em que Lula declara “solidariedade” a seus amigos no conflito com os fundos, noticiou o “O Estado de S. Paulo” em 13-8-2014.

terça-feira, 30 de setembro de 2014

“Revolução dos guarda-chuvas” enfrenta repressão

“Revolução dos guarda-chuvas” não quer os “dois ou três” candidatos mais ou menos idênticos oferecidos pelas artimanhas políticas do PC
“Revolução dos guarda-chuvas” não quer os “dois ou três” candidatos
mais ou menos idênticos oferecidos pelas artimanhas políticas do PC
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs








Hong Kong, uma das grandes capitais financeiras do mundo, é proa de violentos enfrentamentos entre a polícia de um lado, e de estudantes e jovens de outro.

O caso se alastra há vários anos, mas adquiriu desta vez uma proporção inigualável. Está sendo chamado de “revolução dos guarda-chuvas”, porque os manifestantes se valem deles para se defenderem dos jatos d’água e dos gases lançados da polícia chinesa.

O bairro Central, centro das instituições financeiras, assemelha-se a um campo fortificado pelos manifestantes, informou o jornal “Libération” de Paris.

Centenas de policiais da tropa de choque tentaram desalojá-los, utilizando escudos, cassetetes e gases. Os jovens responderam “armados” com guarda-chuvas, máscaras caseiras, óculos de mergulho e barricadas improvisadas.

A disputa é por uma questão vital: a cidade terá eleições e o governo de Pequim cerceou drasticamente o seu significado.

O voto será universal, mas os candidatos foram escolhidos através de um alambicado e obscuro processo. Todos os candidatos, uns mais, outros menos, representam a mesma coisa: a vontade do governo socialista de Pequim.

Os manifestantes se sentem ludibriados: Que democracia é essa, na qual todos os candidatos dizem mais ou menos as mesmas coisas e obedecem no fundo a uma mesma ideologia??!!

Os candidatos a cada cargo ou função não poderão ser mais de “dois ou três” e todos devem ser aprovados pelo Partido Comunista.

A “revolução dos guarda-chuvas” teme que Pequim acabe enviando tanques, como fez para esmagar o movimento pela liberdade na Praça da Paz Celestial, em 1989.

Ainda assim, os jovens decidiram lançar uma “campanha de desobediência civil” antes do previsto. O jogo é tudo ou nada. É mais difícil os tanques aparecerem agora, quando ainda há um resto de liberdade, do que amanhã, quando o socialismo terá consolidado suas posições no território.

Como é de praxe nas ditaduras comunistas, o regime pôs a culpa da rebelião de seus cidadãos na “ingerência estrangeira”, leiam-se EUA e Grã-Bretanha.

“Revolução dos guarda-chuvas” resiste às tentativas de repressão policial
“Revolução dos guarda-chuvas” resiste às tentativas de repressão policial
“Hong Kong é China” e os assuntos do território “pertencem à soberania chinesa”, afirmou Hua Chunying, porta-voz do Ministério de Relações Exteriores, durante uma coletiva de imprensa.

Hua se referia às reações de várias nações livres diante da repressão violenta das manifestações democráticas. O território está em processo de reintegração à China desde 1997, com salvaguardas explícitas das liberdades adquiridas.

O porta-voz insistiu que o governo chinês recusa qualquer tipo de apoio às iniciativas do movimento democrático, qualificadas arbitrariamente por ele de “atividades ilegais”, segundo noticiou o jornal espanhol “El Mundo”.

Hua qualificou de “assembleia ilegal” os sucessivos protestos que estão acontecendo em Hong Kong, os quais, segundo o ditatorial sistema chinês, “debilitam a ordem social e o estado de direito”, coisas que o socialismo chinês jamais leva a sério.

Até o presente, a polícia havia utilizado a violência maciça e gases lacrimogêneos contra a população de Hong Kong. Seria preciso remontar aos tempos da repressão maoísta dos anos 1960 para encontrar algo igual, escreveu o jornal “Le Figaro” de Paris.

As manifestações estão se espalhando pelos bairros populares e aguarda-se uma passeata gigante para o 1º de outubro, aniversário da instalação do poder comunista.

“A população está encolerizada”, diz Jean-Pierre Cabestan, professor da Universidade Batista de Hong Kong. “Ela se sente enganada. Nós lutaremos até o fim para impedir que vire uma cidade chinesa como as outras”, onde não há liberdade, acrescentou.

O movimento havia organizado um referendo não reconhecido pelo governo, contra os projetos liberticidas de Pequim, e recolheu 700.000 votos de apoio em junho.

Surpreendida pela extensão do protesto, Pequim mandou recolher sua tropa de choque. Mas a multidão continua em pé de guerra.

“Revolução dos guarda-chuvas” diz “não” ao liberticídio socialista
“Revolução dos guarda-chuvas” diz “não” ao liberticídio socialista

Para o jornal francês “Le Monde”, a lembrança de Tiananmen (abril a junho de 1989) está viva em muitas pessoas, inclusive nos dirigentes do Partido Comunista. Aquelas manifestações foram trucidadas e centenas de jovens massacrados na Praça da Paz Celestial, a maior de Pequim.

Passar os tanques por cima dos manifestantes de Hong Kong não parece provável, diz “Le Monde”, mas há vozes no governo socialista que pedem essa solução.

Como o Partido Comunista não goza de simpatias dignas de nota no território de Hong Kong, ele confia em partidos camuflados com nomes enganosos, como o DAB (em inglês: Aliança Democrática pela Melhoria e pelo Progresso de Hong Kong).

Tsang Wai Hung, chefe da polícia local, após os enfrentamentos que mandaram 26 jovens ao hospital, garantiu que só fará um “uso mínimo” da força.

Por sua vez, o movimento democrático Occupy Central condenou a conduta “unilateral” das autoridades e exigiu que a polícia pedisse desculpas. A violenta repressão está suscitando muitas simpatias na opinião publica chinesa e internacional.