Kangbashi: cidade habitada por fantasmas |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
Enormes cidades-fantasma povoam o horizonte chinês e ameaçam jogar por terra o castelo de baralho da planificação econômica marxista, segundo descrevera há anos a “Folha de S. Paulo”.
Milhares de prédios novos em cidades completas e novas em folha, mas desabitadas, existentes em várias regiões chinesas, sugerem que imensa bolha está em vias de fazer voar aos pedaços a economia mais desequilibrada do mundo.
A escala dos empreendimentos vazios impressiona os observadores estrangeiros.
Só em Chenggong, no sudoeste chinês, há, vazios, 100 mil apartamentos e uma vasta infraestrutura de universidades, escolas, bancos e até duas estações de trem inteiramente vazias.
Taiyuan: seres humanos são raridade. Bolha pode explodir. |
O governo precisava de cifras vertiginosas de crescimento para projetar a imagem da China no mundo.
Os funcionários estatais imaginavam cidades completas – ai deles se não o fizessem – com os mais variados argumentos e o governo os financiava alimentando vertiginosamente a bolha financeira.
Taiyuan: porco do mato anda como em sua floresta. |
Será concluído em 2019 e terá réplicas de edifícios de Manhattan, incluindo o Rockfeller Center.
O custo estimado é de R$ 63 bilhões. Ele acrescentará mais 9,5 milhões de metros quadrados de escritórios e ameaça virar mais uma cidade fantasma.
Taiyuan: polícia abateu porco do mato em caçada surrealista. |
O empresário britânico Mark Kitto, radicado na China, prevê que a bolha estourará ou, numa hipótese mais remota, se desinchará lentamente, gerando instabilidade social.
Ao mesmo tempo há dezenas de milhões de chineses morando em condições miseráveis, muitos deles expulsos de seus casebres para liberar terreno para essas cidades-fantasma que não são para eles.
Ao se associar economicamente à China, o Ocidente está abraçando um colosso de papelão que na sua queda poderá arrastar o mundo ao mais fundo dos precipícios.